Procuradora-geral da República pede esforço com vista à especialização
5 de jan. de 2022, 12:06
— Lusa/AO Online
“Urge
cada vez mais continuar a trilhar o caminho do aprofundamento das
matérias, da troca de experiências e de saberes, da especialização, da
constante atualização e da férrea vontade de fazer mais e melhor”, disse
Lucília Gago durante a cerimónia de tomada de posse do procurador-geral
regional de Coimbra.A procuradora-geral
da República destacou a importância de todos fazerem um esforço para a
especialização e apontou a escassez de recursos como “um constrangimento
de monta que permanece por ultrapassar, sem embargo das múltiplas e
insistentes iniciativas empreendidas junto das instâncias competentes”.Lucília
Gago destacou ainda algumas das áreas prioritárias de investigação, em
que é pedido ao Ministério Público “particular dinamismo e
proatividade”, como a violência doméstica, a cibercriminalidade, a
recuperação de ativos e os crimes ambientais.O
novo procurador-geral regional de Coimbra, Tolda Pinto, aproveitou a
ocasião para apontar que, mesmo com a falta de meios, humanos e
materiais, “a justiça está melhor do que alguma vez esteve”.“Quaisquer
estatísticas oficiais demonstram que os tempos de resposta do sistema
judicial ao nível da jurisdição cível, trabalho, família, comercial e
mesmo penal, são hoje incomparavelmente melhores que no passado. Por
outro lado, nunca o sistema de justiça penal esteve tão próximo de
assegurar uma das premissas do Estado de Direito: a igualdade de todos
os cidadãos perante a Lei”, afirmou.No entanto, considerou que nem tudo está bem e há melhorias e novos incrementos a fazer, para além de uma reflexão constante.“O
Ministério Público também deve olhar para dentro, para si próprio e
procurar sempre, sem propósitos de corporativismo, as melhores soluções
perante as dificuldades que enfrenta”, disse. Tolda
Pinto defendeu ainda que esta discussão “deve ser feita no seu
interior”, de forma “leal e transparente, com respeito pelas posições
diversas”.“Não podendo ou não devendo os
magistrados do Ministério Público, nos diversos graus, espelhar fraturas
indesejáveis para a sua imagem e prestígio, enquanto instituição e um
dos pilares do Estado de Direito. Tal só serve para municiar aqueles que
se encontram sempre à espreita para denegrir a sua imagem ou torpedear a
respetiva ação”, concluiu.