Procurador aponta novos indícios de irregularidades na campanha de Bolsonaro em 2018
3 de dez. de 2020, 12:41
— Lusa/AO Online
A informação
foi avançada pela Procuradoria-Geral da República, que indicou que o
vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, pediu ainda a
quebra do sigilo bancário e fiscal do empresário Luciano Hang, apoiante
de Jair Bolsonaro, e de quatro empresas, referente ao período entre 01
julho a 30 de novembro de 2018. Além de
Hang, cofundador e proprietário da Havan, uma empresa brasileira do
setor de retalho, e que é suspeito de financiar os "envios
automatizados" ilegais, estão ainda a ser investigadas as empresas Quick
Mobile, Yacows, Croc Services e SMS Market por suspeitas de terem
realizado os envios massivos. "É
incontroverso que o surgimento dessa relevante informação superveniente –
que converge harmonicamente com os factos narrados na representação
inaugural – consiste em indícios suficientes para a revisitação da
decisão de indeferimento das medidas cautelares requeridas pela
coligação representante", advogou Brill de Góes ao pedir que o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) reabra o caso.Renato
Brill de Góes pediu ao TSE que reabra a instrução e julgue em conjunto
quatro Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) que pedem a
cassação dos mandatos de Bolsonaro e do seu vice-presidente, Hamilton
Mourão, pela alegadas irregularidades na campanha presidencial de 2018.Todas
as ações incidem sobre o suposto envio indevido de mensagens pela
plataforma de mensagens WhatsApp, que podem caracterizar abuso de poder
económico e uso indevido de meio de comunicação social. Duas
dessas ações já haviam sido encerradas e outras duas aguardavam novos
documentos, mas o vice-PGE entende que o objeto delas é semelhante e
devem ser analisadas em conjunto.Numa nota
enviada à imprensa local, a defesa de Luciano Hang afirmou que "jamais
financiou disparo ou impulsionou mensagens pelo WhatsApp durante a
campanha eleitoral de 2018" e que "nada tem a esconder".