Processo que anulou ajuda à transportadora tem origem numa “guerra comercial”
TAP
21 de mai. de 2021, 17:13
— Lusa/AO Online
O
governante, que esteve na cerimónia de homologação de um acordo em
matéria de habitação, em Vila Nova de Gaia, reafirmou que o Governo não
está preocupado com a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia
(EU), que anulou na quarta-feira a decisão da Comissão Europeia que
aprova a ajuda estatal de 1.200 milhões de euros à companhia aérea, por a
considerar "insuficientemente fundamentada".Em
causa está o recurso interposto naquele organismo em julho de 2020 pela
transportadora aérea de baixo custo Ryanair contra a ajuda estatal à
companhia aérea de bandeira portuguesa TAP, com a argumentação de que
este apoio português viola o tratado europeu e as regras concorrenciais.“É
importante que nós tenhamos consciência de qual a origem desta ação. É
uma guerra comercial entre uma companhia aérea que, aliás, respeita
pouco as legislações nacionais”, disse o ministro, referindo-se à
Ryanair, que, garantiu “está a aproveitar uma grande dificuldade no
setor da aviação para tentar ganhar negócio às companhias aéreas de
bandeira”.“É com alguma incompreensão que
vejo alguns quase a celebrar uma decisão que não é contra a TAP, é
contra o nosso país, contra os interesses nacionais. É uma empresa
estrangeira que quer ganhar negócio às outras empresas e que encetou uma
ação contra um auxílio a uma empresa pública, auxílio esse que foi
decidido livremente por um Governo”, salientou o ministro.Pedro
Nuno Santos garantiu que “há regras europeias que devem ser cumpridas,
há um tribunal que está a fazer essa avaliação” e que a Comissão
Europeia "terá de justificar junto do tribunal o que está a acontecer”,
acrescentando que é do “interesse nacional” a preservação e defesa da
TAP.O ministro disse ainda que compreende
as reações suscitadas pela ajuda à TAP: “Os portugueses estão a passar
por grandes dificuldades, empresas a encerrar, salários a ser cortados e
de um momento para o outro há uma injeção de dinheiro tão elevada numa
empresa. Isso suscita reações muitas vezes negativas”, referiu.“Mas
estamos a fazer um investimento numa companhia aérea que dá muito mais
ao país do que aquilo que tem a receber”, garantiu, referindo as
exportações de 3 mil milhões de euros geradas em 2019 pela TAP, bem como
as compras que efetua anualmente a mais de mil empresas. “Seria uma irresponsabilidade Portugal ser o único país europeu a deixar cair a sua companhia área de bandeira”, afirmou.Pedro
Nuno Santos garantiu ainda que a transportadora tem muito peso nas
viagens de e para o Reino Unido, que agora são permitidas. “42%
dos passageiros do Reino Unido vêm pela TAP”, referiu, adiantando que a
percentagem dos passageiros do mesmo destino transportados “por essa
companhia aérea que esta a fazer uma guerra com as companhias aéreas de
bandeira [Ryanair] é 11%”.