Processo de vacinação em Ponta Delgada recebe “10 pontos” dos utentes
Covid-19
8 de jul. de 2021, 16:47
— Lusa/AO Online
Na entrada lateral para o
pavilhão das Portas do Mar, onde funciona a receção do centro de
vacinação, durante a manhã de hoje, raramente se acumulavam à espera
mais do que três pessoas, que rapidamente eram atendidas e encaminhadas.Para
quem toma a primeira dose, segue-se uma passagem pela médica de
serviço, que faz um questionário para perceber se o utente pode ser
vacinado naquele momento; para quem espera pela segunda dose, o processo
é mais rápido, mas não dispensa os 30 minutos no recobro.Está
tudo a correr “lindamente”, diz à Lusa o enfermeiro que coordena a
operação, Jorge Lavouras. “Ontem [quarta-feira], não percebemos muito
bem o que se passou”, confessa.As filas
que se verificaram na quarta-feira são uma exceção à regra, explicada
com “algum problema informático”, que deixou o sistema “mais lento do
que o habitual”, atira o responsável.Hoje, o cenário é outro.“Está
a fluir muito bem”, assevera David Carreiro, de 40 anos, que foi
convocado na terça-feira para aquela que será a sua única dose da vacina
contra a Covid-19, já que optou pela Janssen, de toma única. O temido
momento da injeção “foi ótimo - foi a enfermeira sempre a conversar, a
distrair o doente”, e a informar das possíveis contraindicações.No momento de decidir se queria ser inoculado, para David, a escolha “foi óbvia, tinha de ser”.“A
gente já viu que isso não vai passar tão fácil e vai ficar para o resto
da vida. Para o ano, se calhar, é outra. Temos de acompanhar os
tempos”, explica.Na cadeira ao lado, um
companheiro dos 40, Hugo Melo, também não hesitou no momento em que
recebeu a convocação e, entre a Pfizer e a Janssen, optou por “ficar
despachado” com uma toma única. “Foi
bastante célere e correu bem. Gostei bastante. Fui atendido rapidamente,
a vacina em si não dói. Só faltam cinco minutos para terminar a meia
hora de espera e estou bem”, resume.Maria
Leonor Silva, de 71 anos, é mais expansiva nos louvores: “A organização
tem sido extraordinária e sentimos segurança e que tudo está a correr da
melhor forma. Dez pontos, se for o máximo”, diz, a rir-se.Depois
de ter sido inoculada com a vacina da AstraZeneca em abril, foi chamada
para antecipar a segunda toma, mas uma cirurgia atrasou o processo.Considera
que, “no geral”, o processo de vacinação “está a correr bem”. As suas
amigas “já estão todas vacinadas, há mais de 15 dias, e já estão a
tentar tirar o certificado de vacinação, para estarem mais libertas,
sobretudo quando se querem deslocar”.Na
iminência de os Açores atingirem a imunidade de grupo, que o Governo
Regional prevê para finais de julho, o que se segue é uma vida “mais
tranquila”.“Pelo menos pelos resultados
que temos ouvido na televisão, mesmo que se venha a apanhar, temos
esperança de que seja de um modo mais suave e não ter consequências tão
graves como quando não havia vacinas. É essa a nossa esperança”, refere
Maria Leonor.Também Júlia, de 26 anos, tem esperança de que, com 70% da população inoculada, a situação “vai ficar melhor”.“A gente vai ter mais liberdade, não vai haver tantas restrições, vai voltar ao normal, mais ou menos”, considera.Para
a jovem, que padece de “uma doença no fígado” - por isso foi chamada
mais cedo -, “está tudo muito bem organizado”. Enquanto aguarda no
recobro, depois de ter sido inoculada com a segunda dose da Pfizer,
conta que da primeira toma não teve nenhuma reação, “agora vai-se ver”.Lígia
Costa, de 43 anos, respondeu à convocatória porque trabalha “numa coisa
de turismo” e teve de ser vacinada para poder trabalhar. “Estava com
medo”, confessa, por causa “das coisas que as pessoas dizem, que a
primeira vacina custa mais”, mas o processo “correu bem”.O
enfermeiro Jorge Lavouras considera que a operação de vacinação contra a
covid-19 “tem sido uma experiência fantástica, uma megaoperação, com
muitos profissionais de várias áreas envolvidos”.São
“12 horas por dia”, o que se torna “extremamente cansativo, como é
óbvio”, mas, afirma, “todos os profissionais, desde assistentes
operacionais e assistentes administrativos a enfermeiros, passando por
uma série de profissionais da retaguarda, que estão na sede da Unidade
de Saúde da Ilha de São Miguel a dar o seu melhor, com muito empenho”,
estão “a conseguir excelentes resultados”.