Prisa cai para mínimos históricos em bolsa

Devido a dívida asfixiante

8 de out. de 2008, 12:27 — Lusa/AOonline

A dívida, que já equivale a cinco vezes o capital da Prisa em bolsa que no passado a empresa assumia com alguma normalidade, está, segundo analistas, a atrofiar o grupo devido ao aumento dos juros.     Um plano de refinanciamento de metade da dívida até Março de 2009 está a ser prejudicado pelo aumento dos juros interbancários, que cresceram de 4,5 para 5,4 no último ano.     A tendência de queda já se evidencia desde o início do ano - o valor em bolsa caiu 70 por cento desde Janeiro -, com a perda publicitária nos principais órgãos do grupo (Cadena SER e El Pais) a não ser compensada por outros sectores.     Nem mesmo o componente de televisão pago, com a absorção da Sogecable, está a dar melhorias às contas do grupo.     Analistas dizem que mesmo os esforços para a entrada de novos sócios financeiros não está a ter sucesso, o que contribui para avançar o calendário de venda dos canais de pago da Digital Plus, para os quais a Prisa já recebeu ofertas.     Quando avançar essa venda, estima o mercado, a Prisa poderá cortar por metade a dívida do grupo.     Alguma imprensa económica alude porém a uma crise na gestão do grupo, que ocorre depois do falecimento em Julho de 2007 de Jesus de Polanco, o “pai” da Prisa.     Os accionistas que lhe sucederam assinaram um pacto em que se comprometiam a não vender até que passem 10 anos desde a morte do fundador do grupo.     A penalização do grupo em bolsa continua apesar das expectativas de crescimento, com a Prisa a antecipar uma facturação de quatro mil milhões de euros em 2008 e um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de entre 700 e 800 milhões de euros.