Primeiros enfermeiros-gestores preparados para melhorar eficácia de setor da saúde
27 de jan. de 2013, 14:07
— LUSA/AOnline
“O enfermeiro-gestor contribui para maximizar a eficácia na organização dos cuidados de enfermagem e, consequentemente, para os ganhos em saúde", refere Bruno Noronha, vice-presidente da Ordem dos Enfermeiros num comunicado hoje divulgado pela CESPU - Cooperativa de Ensino Superior, Politécnico e Universitário.
O estabelecimento de ensino quis assim assinalar a conclusão pelos primeiros 20 enfermeiros portugueses da pós-graduação em Gestão e Administração de Serviços de Saúde da CESPU, que resultou de uma parceria com o Centro Hospitalar Oeste/Norte.
Para o coordenador da pós-graduação Nuno Araújo, “a necessidade de dar formação em gestão a enfermeiros é por demais evidente".
"Os enfermeiros com cargos de chefia são responsáveis pela orientação direta de mais de 30% dos recursos humanos das unidades de saúde, são responsáveis pela organização de mais de 50% dos consumos dessas mesmas unidades e, até agora, faziam-no sem qualquer preparação técnica para o efeito", explicou.
Segundo este professor, é “inútil” pensar em racionalizar os gastos em saúde sem preparar para a gestão elementos centrais do seu funcionamento como o são os enfermeiros.
A CESPU organizou no sábado um colóquio sobre as “reformas e desafios da gestão em saúde”, durante o qual os novos enfermeiros-gestores apresentaram os seus trabalhos de pós-graduação.
Os painéis do colóquio contaram ainda com a participação de gestores hospitalares de várias regiões, de representantes da Ordem dos Enfermeiros, da Associação de Enfermeiros Gestores e Liderança, da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, da Entidade Reguladora da Saúde e da Administração Central do Sistema de Saúde.
Nelson Guerra, presidente da Associação Enfermeiros Gestores e Liderança, orador num dos painéis, chamou a atenção para o facto de "os enfermeiros terem de dominar competências da área da gestão que vão desde administrar ‘stocks’ de farmácia até dirimir conflitos, passando pela organização de recursos humanos, tantas vezes insuficientes, para as necessidades identificadas".