Primeiros carregamentos de ajuda internacional chegaram à Síria
Turquia/Sismo
7 de fev. de 2023, 09:24
— Lusa/AO Online
Os abalos, o maior de
magnitude 7,8 na escala de Richter, derrubaram milhares de edifícios, no
meio dos quais os socorristas têm descoberto corpos, elevando hoje o
balanço para 4.983 mortos.Aterraram
em Damasco dois aviões iraquianos e um iraniano carregados de bens para
os afetados pelos terramotos, os primeiros carregamentos da ajuda
internacional recebidos pelo Governo sírio, segundo a agência de
notícias oficial síria SANA.Cada uma das
duas aeronaves enviadas por Bagdad contém cerca de 70 toneladas de
alimentos, materiais médicos e outra ajuda, com previsão de mais
remessas, já que o país vizinho anunciou uma ponte aérea com essa
finalidade, disse à SANA um funcionário do Ministério dos Negócios
Estrangeiros do Iraque, Osama Mahdi Ghanem.Parte
das áreas afetadas estão nas mãos do Governo de Bashar al Asad e outras
pertencem à oposição, nas províncias de Idlib e norte de Aleppo. A
estas últimas não se prevê a chegada da ajuda enviada durante a noite
para o aeródromo da capital , controlado por Damasco.Também
hoje partirá para a Síria um comboio iraquiano com combustível, um bem
escasso naquele país, que há vários meses sofre uma grave escassez de
derivados de petróleo.Segundo a agência de
notícias oficial, também chegou ao Aeroporto Internacional de Damasco
um avião do Irão, um dos principais aliados do governo sírio e que
prometeu pelo menos outros dois carregamentos, que deveriam aterram
diretamente nas províncias de Aleppo e Latakia, no noroeste, duas delas
as mais afetados pelos terremotos.“Esta
aeronave transporta os primeiros lotes de ajuda humanitária fornecida
pela República Islâmica do Irão e tem a bordo 45 toneladas de ajuda
humanitária, incluindo cobertores, tendas, medicamentos, alimentos e
outros mantimentos”, disse à SANA o embaixador iraniano em Damasco,
Mahdi Sobhani.Diversos países de todo o
mundo enviaram equipas para ajudar nos esforços de resgate, mas um dia
após o terramoto, seguido de diversas réplicas, o número de equipas de
emergência no terreno permanece pequeno, com os esforços travados pelas
temperaturas frias e cerca de 200 tremores secundários, que dificultaram
as buscas.Na província de Hatay, a
sudoeste do epicentro do principal terramoto, as autoridades dizem que
cerca de 1.500 prédios foram destruídos e muitas pessoas relataram que
familiares ficaram presos sob os escombros.Nas
áreas onde as equipas trabalhavam, aplausos ocasionais irromperam
durante a noite enquanto os sobreviventes eram retirados dos escombros.A
organização de assistência médica Médicos Sem Fronteiras confirmou hoje
que um dos seus funcionários estava entre os mortos, depois da sua
casa, na província de Idlib, na Síria, ter desabado, e que outros
perderam membros da família. “Estamos
muito chocados e tristes com o impacto deste desastre nas milhares de
pessoas afetadas por ele, incluindo colegas nossos e suas famílias”,
disse Sebastien Gay, chefe da missão do grupo na Síria.O
responsável disse que as instalações de saúde no norte da Síria estavam
sobrecarregadas com equipas médicas a trabalhar “24 horas por dia para
responder ao grande número de feridos”. Na
província de Hatay, na Turquia, milhares de pessoas abrigaram-se em
centros desportivos ou salões de feiras, enquanto outras passaram a
noite na rua, enroladas em cobertores à volta de fogueiras.Um
navio da Marinha atracou no porto da província de Iskenderun, onde
um hospital desabou, para transportar sobreviventes que precisam de
cuidados médicos para a cidade vizinha de Mersin.