Autor: Lusa/AO online
"As negociações de paz foram realizadas em salas fechadas sem levar em conta as visões e ideias dos deslocados e refugiados, e é por isso que (no passado) havia uma paz incompleta, não muito sustentada", disse Abdallá Hamdok, no campo de Abu Shok, perto da cidade de Al Fashir.
Abdallá Hamdok considerou que o estabelecimento de uma paz "justa e abrangente" é uma prioridade para o executivo, que assegura ter em conta "opiniões dos refugiados e das pessoas deslocadas, as mais afetadas pelas guerras no país".
Por seu turno, o chefe dos campos de Al Shok e Al Salam, Mohamed Adam, pediu para que fossem levados ao Tribunal Penal Internacional todos os responsáveis pelo "genocídio, limpeza étnica e crimes contra a humanidade" no Darfur.
Entre estes, Mohamed Adamm mencionou o "chefe do antigo regime", referindo-se ao Presidente deposto Omar al Bashir, que foi afastado do poder no início do ano, na sequência de um golpe de estado e da subsequente criação de um governo de transição acordado pela oposição e pela junta militar.
Na sua conta no Twitter, o primeiro-ministro destacou que Al Fashir é a primeira cidade de uma série de outras onde se deslocará a seguir, no âmbito de visitas que pretende fazer aos vários estados do país para ouvir a população mais marginalizada, tendo como objetivo alcançar a paz e a estabilidade.
O governo de transição do Sudão e a aliança dos grupos rebeldes da Frente Revolucionária assinaram um acordo que estabeleceu o cessar-fogo e um roteiro, em 21 de outubro, e as negociações serão retomadas em Yuba em 21 de novembro.
O Exército sudanês, que
depôs o ditador, chegou a um acordo com os grupos civis e os partidos da
oposição, mas os grupos rebeldes não aderiram ao acordo por
considerarem que não tinha em conta as suas reivindicações.