Primeiro-ministro espera “maior consenso possível” na Defesa
14 de jul. de 2025, 12:31
— Lusa/AO Online
"A
nossa intenção foi e é sempre de termos o maior consenso possível, e
creio que não será difícil, dadas as posições conhecidas por parte dos
principais partidos políticos portugueses, para podermos conjugar a
nossa política de segurança e defesa com o interesse estratégico que
este novo tempo pode trazer também para a dinamização da nossa
economia", afirmou.Luís Montenegro falava
aos jornalistas no final da cerimónia de inauguração do novo Hospital de
Sintra, depois de questionado sobre o desafiou que lhe foi lançado pelo
secretário-geral do PS para negociar uma proposta de "Acordo
Estratégico para um Plano de Desenvolvimento Nacional e de Capacitação
da Defesa".A audiência pedida por José
Luís Carneiro "será marcada, naturalmente", afirmou, referindo que o
Governo vai "falar com todos os partidos políticos, mas de uma forma
particular com os dois principais partidos da oposição", nomeadamente PS
e Chega.Luís Montenegro recusou "discutir
metodologias" neste momento e salientou que "o que interessa mesmo é
que Portugal assuma os seus compromissos e os possa cumprir, coisa que
infelizmente não aconteceu na última década"."Nós
estamos empenhados em fazê-lo, nós assumimos esse compromisso no
contexto internacional e da nossa aliança atlântica e obviamente que é
com espírito positivo que nós encaramos a disponibilidade dos principais
partidos da oposição em poder cooperar com o Governo, seja de forma
direta com o Governo, seja também no contexto parlamentar, sobretudo
quando houver iniciativas que passam no parlamento", afirmou.O
primeiro-ministro assinalou que o Governo já tem “um plano de
investimentos que já está pré-determinado, que é a Lei de Programação
Militar, mas que naturalmente tem de ser agora integrado nestes novos
objetivos, quer para 2025, quer para os anos seguintes”. O
secretário-geral do PS desafiou o primeiro-ministro a negociar com os
socialistas uma proposta de "Acordo Estratégico para um Plano de
Desenvolvimento Nacional e de Capacitação da Defesa" no prazo de três
meses.Segundo escreve o jornal Público,
que cita uma carta enviada na sexta-feira a Luís Montenegro, o
socialista pede uma audiência formal para dar início a esse entendimento
e critica o anúncio surpresa de Portugal na Cimeira da NATO sobre o
aumento do investimento em Defesa para 2% do PIB este ano e 5% até 2035.Carneiro
defende que decisões desta dimensão exigem consenso político alargado e
propõe a constituição de um grupo de trabalho parlamentar conjunto
PSD/PS que, em articulação com o Governo e com representantes "dos
setores com relevância para a matéria em apreço", possa apresentar, no
prazo de três meses, uma proposta de Acordo Estratégico para um Plano de
Desenvolvimento Nacional e de Capacitação da Defesa.Na
carta, o secretário-geral do PS escreve que tal consenso "deverá
assentar em princípios estruturantes, orientações estratégicas
partilhadas e num conjunto de medidas concretas", que envolvam os
setores da indústria, da ciência, da inovação, da educação e da
administração pública.Na última cimeira da
NATO, realizada em Haia, no fim de junho, o primeiro-ministro, Luís
Montenegro, declarou que Portugal terá de reforçar em cerca de mil
milhões de euros a verba para a área da Defesa até ao fim do ano para
atingir os 2% do PIB e que isso será feito através de "valorização de
recursos humanos", com antecipação de algumas metas da Lei de
Programação Militar e investimento em infraestruturas.Nessa
cimeira, os aliados comprometeram-se a investir 5% do PIB até 2035 em
despesas militares, dos quais 3,5% com despesas puramente relacionadas
com Defesa e 1,5% adicionais noutros investimentos como infraestruturas e
indústria.