Primeiro-ministro diz que protegerá franceses de governo com extremos
França
12 de jul. de 2024, 12:02
— Lusa/AO Online
"Quero que o nosso grupo
construa uma visão e assuma a sua identidade e os seus valores: a
rejeição dos extremos e o compromisso firme de proteger o povo francês
de qualquer governo que inclua ministros da União Nacional (RN) ou
da França Insubmissa (LFI)", disse Gabriel Attal, numa mensagem dirigida
aos deputados do grupo Renascimento, depois de se ter confirmado como
candidato à presidência do bloco na Assembleia Nacional.Gabriel
Attal, que deverá ser o único candidato ao cargo de líder
do Renascimento - depois de terem surgido outros nomes, como Élisabeth
Borne, sua antecessora no cargo de primeira-ministra, ou até o ministro
do Interior, Gérald Darmanin -, repetiu a posição já avançada por outros
dirigentes do partido nos últimos dias."Determinaremos
um método claro de trabalho com os outros grupos que provêm da nossa
corrente de ideias, bem como a procura de áreas de convergência com a
esquerda e a direita republicanas", afirmou o recém-eleito deputado na
sua mensagem, transmitida pela emissora pública France Info.O
Presidente francês, Emmanuel Macron, também deu a entender esta ideia
numa carta ao público na quarta-feira, na qual declarou que não nomearia
um novo primeiro-ministro enquanto os partidos não formassem uma
maioria sólida que garantisse a governabilidade, apelando à criação
de uma coligação baseada na ideia de uma "frente republicana", que
excluiria tanto o RN de Marine Le Pen como o LFI de Jean-Luc Mélenchon.Entretanto,
a coligação de esquerda Nova Frente Popular - que inclui o LFI, bem
como os socialistas, os ecologistas e os comunistas - continua em
negociações internas para nomear um candidato consensual ao cargo de
primeiro-ministro, cujo nome poderá não ser conhecido até ao final da
semana, de acordo com as últimas informações.De
acordo com a imprensa francesa, o LFI propôs até agora quatro opções
para primeiro-ministro: o fundador do partido e divisor de opiniões,
Jean-Luc Mélenchon; o atual coordenador nacional, Manuel Bompard; a
deputada principal, Mathilde Panot; e a número dois na Assembleia,
Clémence Guetté.Também o Partido
Socialista, que reafirmou a intenção de manter toda a esquerda como uma
frente unida, pretende ocupar o cargo no palácio Matignon, residência
oficial do primeiro-ministro, com nomes como o seu primeiro secretário,
Olivier Faure.Para além disso, foi
confirmada a intenção de vários deputados dissidentes de formarem o
seu próprio grupo no seio da Nova Frente Popular, separado de
Jean-Luc Mélenchon, que se chamaria "L'Après" e ao qual apelaram, entre
outros, aos ecologistas para se juntarem, a fim de contrabalançar as
diferentes famílias da coligação de esquerda, em que a LFI tem mais
lugares.A Nova Frente Popular, que com os
seus 195 lugares no Parlamento é a força principal (embora muito longe
de uma maioria absoluta de 289 deputados eleitos), exige que o
Presidente francês os chame para governar, acusando-o de querer ignorar
os resultados das eleições legislativas antecipadas de 30 de junho e 07
de julho.