Primeiro-ministro disponível para resolver dossiês mas não há “soluções concretas”
25 de mai. de 2023, 12:50
— Lusa/AO Online
“Já
tive a oportunidade, em reuniões em que ambos participamos, como o
Conselho de Estado, para abordar estes assuntos com o primeiro-ministro,
que mostrou disponibilidade para os resolver, mas o tempo urge, com
soluções concretas”, declarou o líder do executivo açoriano.Bolieiro,
que falava aos jornalistas à margem do seminário Regimes Contributivos
do Sistema Previdencial da Segurança Social, em Ponta Delgada, foi
confrontado com as palavras do presidente do Conselho Económico e Social
dos Açores, Gualter Furtado, que afirmou na quarta-feira haver um
“péssimo” relacionamento entre o governo regional e o nacional, que “só
prejudica os açorianos”.O líder do
executivo açoriano considerou que apenas se ultrapassa este cenário
“resolvendo as pendências, que são justas e públicas”, salvaguardando
que as “questões da responsabilidade do Governo da República devem ser
cumpridas também nos Açores”.O chefe do
executivo regional apontou várias questões que aguardam resolução como
“o não cumprimento do contrato de financiamento com a Universidade dos
Açores” e a “solução rápida e emergente de cumprir o compromisso de
cofinanciamento das obras necessárias à recuperação dos prejuízos
provocados pelo furacão ‘Lorenzo’”.O chefe
do executivo destacou a “importância de garantir a compensação,
prevista pelo Orçamento do Estado, para as indemnizações dos operadores
das obrigações de serviço público de transporte aéreo” entre os Açores e
o continente.“São este conjunto de
pendências que, na verdade, penalizam aqui, nos Açores, os objetivos que
estavam comprometidos. Esse diálogo, eu tento manter com o Governo da
República, mas a verdade é que o tempo vai passando e não constatamos
soluções rápidas como pretendemos”, afirma o presidente do Governo.José
Manuel Boleiro recorda que, como líder do PSD/Açores, já defendeu que,
no âmbito da revisão constitucional, “haja a obrigatoriedade de, em
reuniões, pelo menos duas vezes por ano, do Conselho de Ministros, ter
uma presença dos presidentes do governo das regiões autónomas”, assunto
que o primeiro-ministro “encarou como solução criativa e sugestiva”.“Não
é preciso uma revisão constitucional. O primeiro-ministro pode tomar a
iniciativa e convidar os presidentes dos governos regionais para
reuniões do Conselho de Ministros e assim potencia que possamos fazer o
levantamento das pendências com todos os membros do Governo presentes, e
com isso um contato direto com as responsabilidades que tutelam”,
afirma o governante. José Manuel Bolieiro
apontou, entretanto, que os atrasos registados na execução do Plano de
Recuperação e Resiliência (PRR) resultam “de contingências do mercado
que internacionalmente, afetou toda a gente”.
O Governo Regional está a trabalhar para se “adaptar às condições
económicas que têm a ver com a contratação pública de serviços,
construção e obras face aos sobrecustos da inflação”, disse.Este
cenário tem levado alguns concursos públicos a ficarem desertos,
situação que “afeta o país e toda a União Europeia”, estando-se a
“trabalhar para recuperar tempo e até com as reprogramações, que são
essenciais para fazer face a estas circunstâncias”, revendo-se os preços
dos concursos.O Conselho Económico e
Social dos Açores alertou quarta-feira para os atrasos na execução do
PRR, revelando que só foram executados 25% das metas previstas para o
primeiro trimestre do ano.