Primeiro-ministro destaca que prioridade às cirurgias oncológicas foi conseguida no SNS
29 de nov. de 2024, 12:47
— Lusa/AO Online
Luís
Montenegro falava na sessão de abertura da conferência científica que
encerra as comemorações do centenário do Instituto Português de
Oncologia (IPO) de Lisboa, que decorreu no Museu do Oriente.Do
programa distribuído aos jornalistas, constava uma intervenção da
ministra da Saúde, mas Ana Paula Martins apenas marcou presença e saiu
ao mesmo tempo que o primeiro-ministro, ambos sem responder aos
jornalistas.“Este Governo elegeu a
oncologia como um setor prioritário, desde logo tomando uma medida no
âmbito do plano de emergência e transformação da saúde, que é a
recuperação dos tempos de espera, quer para as consultas, mas em
particular para as cirurgias”, afirmou o primeiro-ministro na sua
intervenção, defendendo que, nesta área em concreto, o tempo de espera
pode ser “a diferença entre a vida e a morte”.Para Montenegro, “cabe ao Estado, cabo ao poder público, acautelar essa prioridade, dando-lhe a resposta que é necessária”. “Eu
tenho, aliás, um especial apego por este movimento de prioridade: nós
conseguimos, efetivamente, deixar de ter doentes com o tempo máximo de
resposta garantido ultrapassado e fizemo-lo dentro do SNS. Mais de 99%
das cirurgias de recuperação deste tempo foram feitas dentro do SNS”,
salientou.“Nós não temos nenhum complexo
em chamar, para a prestação de serviço público de saúde, as instituições
sociais, as instituições privadas, quando é necessário, quando a sua
capacidade instalada permite uma melhor resposta às necessidades dos
cidadãos. Mas a base é o Serviço Nacional de Saúde, que ninguém tenha
dúvidas disso”, acrescentou.Neste caso,
Montenegro defendeu que, ao ser possível concretizar uma prioridade do
Governo dentro do SNS, também se demonstrou que “há capacidade por
explorar” neste setor.“Isso também depende
de nós, depende da nossa capacidade de gestão, depende da nossa
capacidade de decisão e de organização”, disse.O
primeiro-ministro enumerou outros compromissos do Governo na área da
oncologia, como o alargamento do rastreio do cancro do colo do útero dos
60 para os 69 anos (e um alargamento do rastreio do cancro da mama a
partir dos 45 anos e não apenas a partir dos 50. “Continuaremos
a tomar medidas com vista a valorizar os centros de referência e
poderão contar com o Governo em todas as nossas ações para reforçar a
capacidade de resposta e para acompanhar o esforço notável que fazem
aqui no IPO”, disse.Montenegro manifestou
também disponibilidade do Governo para, “na medida do possível”, apoiar
os objetivos do IPO-Lisboa ao nível da melhoria das instalações e
equipamentos.Numa mensagem escrita lida na
conferência, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa,
afirmou que o “IPO é hoje, além de referência nacional na luta contra o
cancro, um exemplo do que o Serviço Nacional de Saúde representa na vida
de tantos portugueses e das suas famílias”.“O
tempo é precisamente de olhar em frente, com responsabilidade e
consciência da importância do trabalho do IPO, que o mesmo é dizer dos
seus profissionais, para a sociedade portuguesa”, sublinhou.Antes,
a presidente do Conselho de Administração do IPO Lisboa, Eva Facão,
tinha anunciado que a instituição foi agraciada na quinta-feira como
membro honorário da Ordem do Infante dom Henrique.