Autor: Lusa/AO Online
"Temos a luta das nossas vidas pela frente, temos de enfrentar o [partido de extrema-direita] Reform, temos de vencê-los", disse Starmer à cadeia britânica BBC.
"Querem dilacerar este país", acusou, considerando "racista" e "imoral" o plano do partido de Nigel Farage de substituir a autorização de residência permanente de migrantes não europeus por vistos a renovar regularmente.
O primeiro-ministro, que falará aos trabalhistas na terça-feira, pretende colocar as próximas eleições gerais, marcadas para 2029, como uma escolha entre a "renovação patriótica" que defende e a "divisão tóxica" defendida pelo Reform.
Há apenas 15 meses no poder, o líder do governo britânico acumula reveses: a economia está a abrandar, o desemprego atingiu o seu nível mais elevado em quatro anos, a imigração ilegal está a bater recordes, a inflação continua a ser mais elevada do que no resto da Europa.
Ao mesmo tempo, o Reform UK continua em subida, ultrapassando os trabalhistas em 12 pontos percentuais numa sondagem da Ipsos publicada hoje, ao capitalizar a rejeição da imigração por parte de alguns britânicos.
Starmer tem a mais baixa taxa de satisfação - 13% - para um primeiro-ministro britânico desde 1977, segundo o mesmo estudo de opinião.
Nas últimas semanas, o líder trabalhista enfrentou a demissão da sua vice-primeira-ministra, Angela Rayner, devido a um escândalo fiscal, a saída de vários conselheiros e a demissão de seu embaixador nos Estados Unidos, Peter Mandelson, envolvido em ligações com o criminoso sexual e financeiro norte-americano Jeffrey Epstein.
O arranque do congresso ficou marcado por protestos a favor do grupo proibido pró-palestiniano Palestine Action e contra a implementação de um bilhete de identidade digital no Reino Unido.
Várias dezenas de apoiantes do Palestine Action, na sua maioria idosos, sentaram-se em silêncio com cartazes onde se lia "Oponho-me ao genocídio. Apoio o Palestine Action', um grupo declarado como terrorista em julho após atos como o vandalismo de aviões numa base militar britânica e o bloqueio de uma empresa que fornecia armas a Israel.
A polícia expulsou estes manifestantes, que alegadamente infringiam a lei ao apoiarem uma organização proibida, enquanto os detratores do bilhete de identidade digital eram mais vociferantes e, por vezes, agressivos.
Estes últimos rejeitam a introdução do bilhete de identidade digital anunciado na sexta-feira pelo primeiro-ministro Keir Starmer, que numa primeira fase será necessário para se candidatar a emprego e, mais tarde, para arrendar habitação.
Starmer disse que o cartão, que não será obrigatório transportar nem poderá ser exigido de forma arbitrária, é essencial para combater a imigração ilegal, mas os críticos veem o documento como uma interferência excessiva do Estado.