Primeiro-ministro acusa Carlos Costa de mentir e montar operação contra o seu caráter
16 de nov. de 2022, 13:39
— Lusa/AO Online
António
Costa falava aos jornalistas após ter participado numa sessão na
Fundação José Saramago, em Lisboa, depois de questionado sobre o teor
das afirmações proferidas pelo ex-governador do Banco de Portugal Carlos
Costa na terça-feira, em que reiterou acusações de que o
primeiro-ministro fez pressão política junto do supervisor bancário no
caso de Isabel dos Santos.Perante os
jornalistas, o líder do executivo começou por fazer uma alusão ao facto
de hoje se assinalar o centenário do nascimento de José Saramago,
considerando, por isso, que “este é o pior dia para se falar num livro
em que cada página que se vai conhecendo se percebe que é um conjunto de
mentiras, meias verdades e deturpações”.“Sobre
esse assunto já disse na semana passada o que tinha a dizer”, declarou,
aqui numa alusão à sua intenção de processar o ex-governador do Banco
de Portugal.Carlos Costa “entendeu que
devia montar uma operação política de ataque ao meu caráter, de ofensa
da minha honra e da minha honorabilidade. Está no seu direito, mas eu
também estou no meu direito de defender o que cada pessoa tem de mais
importante, que é o seu bom nome”, reagiu o primeiro-ministro.Ainda
em estilo de contra-ataque, António Costa afirmou depois que está “há
anos suficientes na vida pública para não admitir que, quem quer que
seja, lá por ter sido governador do Banco de Portugal, ou ter sido o que
quer que seja, minta” a seu respeito, dos seus atos e intenções.“A
história esclarecerá tudo e há muitas pessoas que conhecem a história.
Confio na justiça. A honra, antigamente, lavava-se em duelos. Agora,
felizmente, num Estado civilizado, uma democracia, num Estado de
Direito, temos meios próprios de apurar a esclarecer a verdade nos
tribunais”, assinalou.Em nova crítica ao
livro “Governador”, da autoria do jornalista Luís Rosa sobre o mandato
de Carlos Costa enquanto governador do Banco de Portugal, o
primeiro-ministro apontou que, cada página que vai conhecendo desse
livro só justifica a sua decisão de recorrer aos tribunais.“O
doutor Manuel Magalhães e Silva representar-me-á pelos meios legais
adequados para a defesa do meu bom nome, da minha honra e da minha
consideração”, acrescentou.