Primeiro grupo de feridos de guerra chega sexta-feira a Portugal
Ucrânia
12 de jun. de 2024, 16:05
— Lusa/AO Online
O
centro, localizado em Aldeia Nova, concelho de Ourém, distrito de
Santarém, iniciativa da associação Ukrainian Refugees UAPT (conhecida
por HELP UA.PT), foi criado a partir da recuperação de um antigo
seminário, com o apoio de diversas empresas e da sociedade civil, e será
inaugurado no sábado.Em declarações à
agência Lusa, Ângelo Neto, tesoureiro da Ukrainian Refugees UAPT,
indicou que o primeiro grupo de 15 militares ucranianos a vir para
Portugal está estabilizado fisicamente, mas com muito debilitado em
termos psicológicos.“São todos com membros
amputados, mas já estão estabilizados, já foram operados e já estão com
a prótese temporária. Vão agora ter tratamento de reabilitação no
sentido de começarem a aprender a andar, a usar as próteses”, afirmou o
dirigente associativo.“Em termos clínicos estão estabilizados, mas psicologicamente muito debilitados”, vincou Ângelo Neto.O
tesoureiro da associação, que falava à Lusa a partir de Kiev, capital
da Ucrânia, onde se deslocou para acompanhar a viagem dos militares e
dos médicos que os acompanham, explicou que o grupo irá sair de
território ucraniano na manhã de quinta-feira num autocarro especial em
direção a Varsóvia, capital da Polónia.Daí,
farão a viagem para Lisboa num voo regular da TAP, que tem chegada
prevista para sexta-feira, sendo, em seguida, transportados para o
centro de recuperação de Aldeia Nova.“Vão
diretos para o centro porque vêm com os médicos que trataram deles desde
que sofreram os ferimentos na frente de batalha. Caso precisemos de
algum exame mais prioritário ou mais técnico, será a CUF de Santarém que
nos dá esse apoio”, revelou o tesoureiro da associação.Segundo
Ângelo Neto, os 15 feridos serão acompanhados por quatro
fisioterapeutas do exército ucraniano, que ajudarão na tradução com os
fisioterapeutas bilingues disponibilizados pela associação.Esses
médicos militares ucranianos também irão dar “uma pequena formação” aos
profissionais de saúde do centro de recuperação “sobre como tratar
traumas de guerra”.“Porque nós não temos nada que se assemelhe a esse horror em Portugal”, observou o dirigente da Ukrainian Refugees UAPT.