Primeiro aniversário da morte de Isabel II marcado sem pompa
8 de set. de 2023, 08:33
— Lusa/AO Online
O
casal real vai participar numa breve cerimónia privada que incluirá uma
homenagem à avó de William, o primeiro na linha de sucessão ao trono
britânico, seguindo-se um encontro com membros da comunidade local,
incluindo pessoas que conheceram Isabel II.O
serviço religioso é a única cerimónia pública prevista na agenda da
família real para marcar o aniversário da morte da monarca, ocorrida em
08 de setembro de 2022.Um porta-voz da
família real disse à estação pública BBC que o Rei Carlos III não estará
em qualquer evento público oficial, optando por passar o dia "em
silêncio e em privado”. "Ao assinalar o
primeiro aniversário da morte de Sua Majestade e da minha sucessão,
recordamos com grande afeto a sua longa vida, o seu serviço dedicado e
tudo o que significou para tantos de nós”, disse Carlos III numa
mensagem divulgada em texto e em áudio.O
monarca encontra-se no Castelo de Balmoral, residência na Escócia onde
passou grande parte do verão e o local onde a rainha morreu aos 96 anos
após 70 de reinado. O Governo britânico
anunciou no domingo que os planos para um monumento permanente à Rainha
só serão conhecidos em 2026, ano em que se celebra o 100º aniversário do
seu nascimento.As propostas para um
“tributo adequado" serão avaliadas por uma comissão liderada por Robin
Janvrin, ex-secretário particular de Isabel II e depois apresentadas ao
Rei Carlos III e ao primeiro-ministro."Será
um desafio único tentar capturar para as gerações futuras a
extraordinária contribuição de Sua Majestade para a nossa vida nacional
durante o seu longo reinado", admitiu Janvrin, que trabalhou no Palácio
de Buckingham entre 1987 a 2007.O primeiro-ministro, Rishi Sunak, enalteceu hoje o legado da Rainha. "Com
a distância de um ano, a dimensão do serviço prestado por Sua Majestade
só parece maior. A devoção às nações do Reino Unido e da Commonwealth
[organização que congrega Estados e territórios que integraram no
passado o império colonial britânico] parece mais profunda. E a nossa
gratidão por uma vida tão extraordinária de dever e dedicação continua a
crescer”, afirmou. Um ano após a morte
da Rainha Isabel II, a monarquia parlamentar britânica continua a ser
popular, mas sem o entusiasmo do período de enamoramento registado há 12
meses, por ocasião das cerimónias fúnebres e de tributo à monarca. Uma
sondagem publicada esta semana pela empresa YouGov indica que a maioria
dos britânicos (59%) considera que o Rei Carlos III está a fazer um bom
trabalho, contra 17% que têm a opinião contrária.Em
geral, 62% dos britânicos querem que o Reino Unido continue como
monarquia e só 26% prefeririam uma república, a qual tem mais apoio
entre os jovens. Em contrapartida, 80% das pessoas com mais de 65 anos defendem a manutenção da monarquia.Os
resultados da mesma sondagem são interpretados de forma diferente pelo
movimento Republic, que destacou que a opinião negativa sobre a
monarquia enquanto instituição aumentou desde a morte da Rainha, há um
ano. "Um terço das pessoas tem atualmente
uma opinião muito negativa (16%) ou bastante negativa (17%) sobre a
realeza. Este valor é superior aos 24% (10% e 14%, respetivamente)
registados em setembro do ano passado”, salientou o movimento. A
sondagem revela igualmente um aumento do apoio à abolição e uma
diminuição do apoio à monarquia, acrescentou o movimento republicano,
que reivindica uma duplicação do número de membros nos últimos meses."A
monarquia está a perder rapidamente o apoio do público, é altura de o
país começar a ter um debate sério sobre a alternativa democrática”,
argumentou o diretor do movimento, Graham Smith.