Primeira incubadora de artesanato dos Açores arranca no início de 2018
18 de nov. de 2017, 12:52
— Lusa / AO online
"Esta
incubadora é a primeira dedicada ao artesanato e vai ter duas
vertentes, uma das quais disponibilizando aos futuros empreendedores
instalações e outra apoiando, de forma virtual, dez projetos", referiu a
diretora do Centro Regional de Apoio ao Artesanato (CRAA), Sofia
Medeiros, em declarações à agência Lusa. A primeira incubadora de
artesanato da região, designada "Azores Craftlab", vai ter instalações
no CRAA, departamento da vice-presidência do Governo Regional. Sofia
Medeiros explicou que a "Azores Craftlab" vai disponibilizar aos
empreendedores instalações equipadas com gabinetes individuais e ateliê,
entre outros espaços, possibilitando, ainda, formação e apoio nas
vendas para agilizar novos negócios. "A incubadora oferece ótimas
condições para acolher empresas ou projetos inovadores na área do
artesanato e potenciar o seu desenvolvimento", salientou a responsável,
acrescentando que o projeto contempla, também, o acompanhamento de dez
projetos que não vão estar sediados na incubadora. De acordo com a
diretora do CRAA, o tempo máximo de permanência neste projeto são três
anos, embora não seja condição possuir o estatuto de artesão para a
candidatura. "A incubadora foi concebida para acolher uma ideia
inovadora que depois se possa transformar num negócio lucrativo, com o
objetivo de dinamizar o artesanato e a economia artesanal dos Açores", declarou. As
candidaturas à "Azores Craftlab" decorrem até ao dia 30 e, segundo a
responsável do CRAA, a incubadora estará apta a receber os primeiros
criativos em dezembro ou início de janeiro. "Há muitas ideias e muitos projetos a surgirem nos Açores",
considerou, destacando que o número de empresas que se dedica ao
artesanato no arquipélago "tem aumentado significativamente". Estão
inscritas no Centro Regional de Apoio ao Artesanato 518 unidades
produtivas artesanais, 138 das quais desde 2014, na sua maioria das
ilhas de São Miguel e Terceira, as duas ilhas com maior população dos Açores. Sofia
Medeiros adiantou que se trata de unidades produtivas nas áreas
tradicionais, como os registos do Santo Cristo ou os presépios em
lapinha, mas há também as estruturas mais contemporâneas que se dedicam
aos acessórios de moda. "Os Açores
têm uma grande tradição na área do artesanato, produtos identitários de
cada ilha, mas a aposta passa também por novos projetos em áreas que
deixaram de ser exploradas na região, como o trabalhar a pele, a recolha
e aproveitamento da lã de ovelha e a extração do barro", sustentou. Sofia
Medeiros realçou a importância de dinamizar aquele pequeno setor da
economia regional, retomando áreas esquecidas, num período em que a
atividade turística está em crescimento nas ilhas. "É preciso apostar nestes pequenos negócios com produtos de qualidade que transportem o nome da região", acrescentou.