Primeira audiência a Puigdemont em Bruxelas realiza-se hoje
17 de nov. de 2017, 08:47
— Lusa/AO Online
A audiência está
marcada para as 14:00 locais (13:00 em Lisboa) no Tribunal de primeira
instância de Bruxelas, onde será discutida também a possível extradição
dos cinco políticos para Espanha.Puigdemont
e os ex-quatro conselheiros vão ser ouvidos dentro do prazo legalmente
previsto para o efeito, já que teria de ter lugar no prazo máximo de 15
dias a partir da comparência de Puigdemont perante o juiz de instrução
belga, o que sucedeu a 05 de novembro.Após
terem sido ouvidos nesse dia por um juiz de instrução, em Bruxelas,
Puigdemont e os quatro "consellers" (ministros regionais catalães), que
se encontram na capital belga desde 30 de outubro, foram libertados sob
medidas cautelares, estando proibidos de abandonar território belga,
obrigados a indicar uma residência fixa e com ordens para se
apresentarem sempre que forem convocados pelo tribunal ou pela polícia.A
Audiência Nacional, em Espanha, acusa os ex-membros da Generalitat,
incluindo os cinco que se encontram em Bruxelas, de rebelião, sedição,
má gestão de fundos públicos e desobediência às autoridades.Puigdemont
e os seus ex-conselheiros Meritxell Serret, Toni Comín, Lluís Puig e
Clara Ponsantí entregaram-se voluntariamente no dia 05 de novembro de
manhã à polícia federal belga e foram ouvidos durante várias horas por
um juiz de instrução, que tinha três opções: ou recusava aceitar a ordem
europeia de detenção (pedida pela justiça espanhola), aceitava a ordem e
mantinha detidos os cinco políticos catalães ou deixava-os em liberdade
condicional, o que acabou por acontecer.O
presidente destituído do governo catalão vai ser o cabeça de lista do
seu partido às eleições regionais de 21 de dezembro, ao mesmo tempo que
luta contra a sua extradição para Espanha.Puigdemont
confirmou desde Bruxelas à televisão catalã El Punt-Avui TV que está a
preparar uma lista de candidatos com o nome “Juntos pela Catalunha”
(Junts pel Catalunya) que irá liderar e inclui nomes do seu Partido
Democrata Europeu Catalão (PDeCAT) e independentes.O
Governo espanhol convocou eleições na Catalunha para 21 de dezembro,
depois de ter decidido aplicar o artigo 155.º da Constituição, que
suspende a autonomia da região. O executivo regional foi destituído e o
parlamento regional dissolvido.As
decisões do executivo de Mariano Rajoy, apoiadas pelo maior partido da
oposição, os socialistas do PSOE, aconteceram depois de a declaração de
independência da Catalunha ter sido aprovada em 27 de outubro por 70 dos
135 deputados do parlamento catalão. A votação decorreu sem a presença
da oposição, que abandonou a assembleia regional.