Prevenir calor excessivo no trabalho permite poupança global de 332 mil ME
25 de jul. de 2024, 17:43
— Lusa/AO Online
De
acordo com o relatório sobre impacto global do stress térmico nos
trabalhadores e suas implicações económicas divulgado hoje, a região da
Europa e Ásia Central foi a que teve o maior aumento na exposição dos
trabalhadores ao calor excessivo, que cresceu 17,3% entre 2000 a 2020.A
tendência é global e esta maior exposição dos trabalhadores a condições
adversas traz custos para a economia, que se afiguram maiores nos
países com menores rendimentos. Segundo os
cálculos da OIT, a implementação de medidas para prevenir acidentes no
trabalho relacionados com o calor excessivo "poderiam poupar mais de 361
mil milhões de dólares (332 mil milhões de euros) a nível mundial". "Nas
economias de baixo e médio rendimento, que são frequentemente as mais
afetadas pelo calor excessivo, isto equivale a cerca de 1,5% do Produto
Interno Bruto (PIB) nacional", destaca a organização.Na
Europa e Ásia Central, este também tem sido um problema cada vez maior,
sendo que com a maior exposição também surgem mais danos: o número de
acidentes no trabalho relacionados com o calor aumentou 16,4% de 2000
para 2020.A OIT destaca na Europa os
problemas sofridos pelos trabalhadores das vinhas, apontando que foram
"relatadas várias mortes de trabalhadores nas vindimas durante o calor
intenso, muitas das quais envolvendo trabalhadores com cerca de 20
anos". Muitos trabalhadores sazonais
"deslocam-se para regiões produtoras de vinho para colher uvas sem tempo
suficiente para se aclimatarem às condições ambientais e aos requisitos
do trabalho", salienta a OIT, além de serem "frequentemente
encarregados das tarefas físicas mais pesadas, como levantar e
transportar".No continente europeu,
existem já alguns países que avançaram com legislação nacional
relacionada com as condições de trabalho no calor, como por exemplo
Bélgica, Chipre, Grécia e Espanha.Em
Espanha, "se a Agência Meteorológica emitir avisos meteorológicos, os
empregadores são obrigados alterar as condições de trabalho, incluindo
potencialmente mudanças no horário de trabalho, para garantir a
segurança do trabalhador", indica a OIT.