Prevalência de fumadores com 15 ou mais anos baixou em Portugal
25 de jun. de 2021, 08:27
— Lusa/AO Online
Ainda
existem, contudo, “grandes assimetrias regionais”: Os Açores
apresentaram a percentagem de fumadores mais elevada (23,4%), a região
Centro, a mais baixa (15%).
O Algarve registou o maior decréscimo relativo na prevalência de
fumadores (-23,8%), enquanto a Região de Lisboa observou o maior
decréscimo relativo na prevalência de fumadores diários (-22,9%).
“Deste modo, não foi plenamente alcançado o objetivo do PNPCT 2020 de
redução das desigualdades regionais na prevalência do tabagismo”,
refere o relatório do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do
Tabagismo (PNPCT) 2020 hoje divulgado.Objetivo
cumprido pelo programa foi o de travar o aumento do consumo de tabaco
nas mulheres, que vinha a aumentar desde 1987, que segundo o Inquérito
Nacional de Saúde (INS) baixou de 13,2% em 2014, para 10,9%, em 2019.Na
nota introdutória do relatório, a diretora-geral da Saúde, Graça
Freitas, destaca como notas positivas o decréscimo do número de
fumadores e a descida do consumo de tabaco de combustão nos jovens dos
13 aos 18 anos, em particular dos cigarros convencionais.“Contudo,
não pode deixar de merecer preocupação o expressivo aumento do consumo
de tabaco para cachimbo de água e de novos produtos de nicotina,
designadamente de cigarros eletrónicos, cuja prevalência de
experimentação, em 2019, entre os jovens escolarizados dos 13 aos 18
anos (22%) se aproximou da observada relativamente aos cigarros
tradicionais (29%)”, salienta. Do
mesmo modo, afirma Graça Freitas, “o consumo de tabaco aquecido,
colocado no final de 2015 no mercado nacional, está a atrair os mais
jovens”. Em
2019, 5% dos adolescentes escolarizados dos 13 aos 18 anos afirmaram já
os ter experimentado e 2% consumido nos últimos 30 dias. Para
Graça Freitas, esta tendência de consumo de novos produtos merece um
particular acompanhamento, na medida em que pode reverter a tendência de
decréscimo do consumo de tabaco que se pretende alcançar e contribuir
para uma nova geração de dependentes de nicotina. Em
2020, as introduções no consumo registaram um decréscimo relativamente a
2019, com exceção do tabaco para cachimbo de água, que apresentou um
aumento relativo de 83,7%, e do tabaco para cigarros de enrolar (+5,4%).
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o aumento dos impostos sobre
os produtos do tabaco é a intervenção mais eficaz na reduçãodo consumo, devendo fazer parte de uma abordagem global de prevenção e controlo do tabagismo.
“Contrariamente a este objetivo, a taxação do tabaco registou um
acréscimo pouco expressivo entre 2019 e 2020”, refere o relatório,
indicando que a arrecadação de impostos sobre o tabaco rendeu ao Estado
1.427,4 milhões de euros em 2019.Tendo
por base os dados dos INS, em 2019, cerca de 7,7% da população
residente com 15 ou mais anos disse estar exposta diariamente ao fumo
ambiental, valor ligeiramente inferior ao registado em 2014 (8,6%), o
que significa que o cumprimento deste objetivo traçado para 2020 ficou
aquém do desejado.
Este objetivo, refere a DGS, mantém-se como “um dos eixos
estratégicos para os próximos dois anos, à semelhança da prevenção da
iniciação do consumo e da promoção da cessação tabágica, em particular,
em adultos com menos de 40 anos, nas mulheres grávidas, pessoas com
doenças crónicas ou problemas de saúde mental ou pertencentes a grupos
populacionais desfavorecidos”.