Pretendentes aos ‘play-offs’ não vão “parar de lutar” pela justiça
Covid-19
28 de mai. de 2020, 17:18
— Lusa/AO Online
Em conferência
de imprensa conjunta numa unidade hoteleira de Lisboa, os presidentes
Luís Torres (Olhanense), Adelino Ramos (Real Massamá), Jorge Neves
(Benfica e Castelo Branco), Hugo Mendes (Lusitânia de Lourosa) e Jorge
Fernandes (Fafe), aos quais se juntou por videoconferência Marco
Monteiro (Praiense), reforçaram o pedido para a realização de uma
reunião com o presidente da FPF, Fernando Gomes, após este não ter
comparecido na reunião de 08 de maio.“A
federação chegou à conclusão que tinha errado, que a decisão tinha
vícios, ilegalidades e situações que não correspondiam ao regulamentado.
Em 14 de maio, tomou uma decisão contrária, mas que teve o mesmo
efeito. Voltou a errar, pois já não havia estado de emergência e o
decreto-lei que permitia alterações regulamentares tinha cessado”,
explicou o presidente do Olhanense, Luís Torres, que frisou a existência
de “um desequilíbrio grande entre as séries” e que “não podem ser
comparadas a nível pontual”.Em causa estão
as decisões tomadas em 14 de maio pela direção da FPF, que anulou a
decisão de 02 de maio de promover Vizela e Arouca, as duas equipas do
Campeonato de Portugal com mais pontos, ao segundo escalão, mas aprovou
um aditamento regulamentar que lhe permitiu, em consequência, indicar a
subida dos mesmos dois conjuntos.O artigo,
com o n.º 11-A, com efeitos imediatos, prevê agora que, em caso de
conclusão do Campeonato de Portugal "em momento anterior à qualificação
dos dois clubes melhor classificados em cada uma das séries para
disputar o ‘play off' previsto no n.º 6 do artigo 11.º, sobem à
competição profissional, de entre os primeiros classificados das quatro
séries à data em que a competição foi dada por concluída, os dois clubes
com maior número de pontos nessa data".“Somos
clubes do Campeonato de Portugal, mas achamos que fazemos parte da
realidade do futebol nacional. Vemos, ao longo deste tempo todo, o
presidente da federação ter disponibilidade para intervenções que até
são da esfera da Liga e não vemos o senhor presidente da federação a ter
alguma disponibilidade para nos receber. Entendemos que nos deve
explicações e queremos saber que decisão global tem para oferecer a
estes seis clubes”, sublinhou o líder do Real Massamá, Adelino Ramos.Os
presidentes dos clubes lesados consideram que a decisão administrativa
“acaba por violar os princípios da justiça, da transparência, da boa-fé e
da verdade desportiva” e que “não se viu a mesma vontade e
disponibilidade que se viu na I Liga”, que vai ser retomada a partir de
03 de junho, realçando que o Governo “nunca disse que não se podia
realizar o ‘play-off’ do Campeonato de Portugal”.“Fala-se
muito do alargamento e reformulação da II Liga. Na altura do
cancelamento dos campeonatos, chegámos a dizer que era chegado o momento
de a federação ter a coragem de reformular os campeonatos e entender-se
com a Liga para um alargamento da II Liga a duas zonas, com 14 clubes
cada. Essa é uma das soluções”, sugeriu Adelino Ramos.O
presidente do Olhanense referiu também que “há cada vez mais uma
abertura dos clubes da II Liga” para um alargamento, que anulava
igualmente a descida do Cova da Piedade e do Casa Pia, e lamentou que se
esteja “a destruir a galinha dos ovos de ouro”, o futebol, e a afastar
os adeptos da modalidade.Luís Torres
prometeu que as seis formações vão continuar a lutar: “Em último caso,
vamos os seis para a porta da UEFA. Pedimos que seja feita justiça e que
não se prejudique os clubes mais do que já foram prejudicados. A nossa
voz não se vai calar”.A FPF indicou Vizela
e Arouca, os dois clubes com mais pontos, para a subida à II Liga, na
sequência da conclusão precoce da competição, em 08 de abril, depois da
suspensão preventiva, por tempo indeterminado, em 12 de março, devido à
pandemia da covid-19.Nessa altura, após 25
jornadas, o Vizela liderava a Série A, com 60 pontos, e o Arouca era o
primeiro da B, com 58, enquanto o Olhanense comandava a D, com 57, e o
Praiense liderava a C, com 53.Fafe,
Lusitânia de Lourosa, Benfica e Castelo Branco e Real Massamá seguiam
nas posições imediatas, de acesso aos ‘play-offs’ de subida, com 52, 50,
42 e 57 pontos, respetivamente.