Presidentes da Rússia e do Irão reforçam laços com países sancionados pelos EUA
15 de set. de 2022, 15:21
— Lusa/AO Online
“Nunca
reconhecemos as sanções contra a Rússia e nunca o faremos”, afirmou o
Presidente iraniano durante uma reunião com Vladimir Putin na cidade
uzbeque de Samarcanda, à margem da cimeira da Organização de Cooperação
de Xangai.Sublinhando que pretende
“fortalecer e desenvolver” os laços económico-comerciais com Moscovo,
Raisí defendeu que as atuais relações têm “uma natureza estratégica” e
acrescentou que a Rússia e o Irão podem “neutralizar” o efeito das
sanções dos Estados Unidos.O Presidente
russo, Vladimir Putin, adiantou, por sua vez, que a Rússia e o Irão
estão a finalizar os detalhes para um novo acordo de cooperação.“Os
trabalhos para a assinatura de um novo grande acordo com o Irão estão
na fase final”, anunciou o líder russo, referindo que as relações com
Teerão estão a ser desenvolvidas em “todas as direções”.“Em 2021, as trocas comerciais aumentou 81% e nos primeiros cinco meses de 2022, cresceram 30%”, disse.Putin
anunciou que na próxima semana uma delegação russa composta por
representantes de cerca de 80 empresas viajará ao Irão para reforçar as
relações e procurar novas oportunidades. “As
relações entre países que estão sujeitos a sanções dos Estados Unidos,
como o Irão, a Rússia ou outros, podem ajudar a superar muitos problemas
e tornar estes países mais fortes”, considerou Raísi.
Por outro lado, Putin garantiu que a Rússia está “a fazer tudo para que
o Irão se torne um membro de pleno direito” da organização e lembrou
que as posições dos dois países “são próximas ou idênticas em muitas
questões”.O Irão é, para já, apenas um
país observador da aliança regional, estatuto recebido em 2005, mas
apresentou um pedido final de adesão na última cimeira, realizada em
2021 em Dushanbe, capital do Tajiquistão, esperando finalizar a sua
integração em Samarcanda.Esta organização é
vista como concorrente das instituições ocidentais, num contexto de
tensões entre, por um lado, os Estados Unidos e a União Europeia e, por
outro, a China e a Rússia.O Irão espera há
mais de uma década pela sua adesão porque vários países-membros não
querem ter na aliança um país sancionado pelos Estados Unidos e pelas
Nações Unidas por causa do seu programa nuclear.