Presidente ucraniano elogia apoio diplomático e militar ao país
Ucrânia
1 de fev. de 2022, 13:37
— Lusa/AO Online
“O
apoio diplomático à Ucrânia é o mais importante e incondicional desde
2014, e continua. A assistência militar e técnica à Ucrânia é a mais
importante, a mais valiosa e continua a chegar", disse Volodymyr
Zelensky na abertura da sétima sessão do Parlamento, em Kiev, citado
pela agência de notícias France-Presse (AFP).O
elogio de Zelensky ao apoio à Ucrânia face a uma nova ameaça de invasão
pela Rússia, que mantém dezenas de milhares de soldados na fronteira
ucraniana, foi feito no dia em que os primeiros-ministros britânico,
Boris Johnson, e polaco, Mateusz Morawiecki, visitam Kiev.Os
dois dirigentes devem ser seguidos, no final da semana, pelo
primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, e pelo Presidente da
Turquia, Recep Tayyip Erdogan.Na próxima
semana, espera-se a presença em Kiev de cinco ministros dos Negócios
Estrangeiros de países europeus, incluindo França e Alemanha.“Esta intensidade de visitas é um fator importante para estabilizar a situação”, disse Zelensky no Parlamento.Zelensky
disse também que a Ucrânia está a trabalhar ativamente na organização
de uma nova cimeira para resolver o conflito no Leste do país, no
chamado Formato Normandia, com os líderes russo, francês e alemão.Ainda
no Parlamento, Zelensky assinou um decreto para aumentar a força do
exército ucraniano em 100.000 soldados durante três anos, além dos
atuais 250.000.“O decreto é o início da
transição da Ucrânia para um exército profissional. O decreto é
publicado, não porque haverá uma guerra em breve, mas para garantir que a
paz venha em breve e prevaleça na Ucrânia”, disse Zelensky, citado pela
agência noticiosa ucraniana Ukrinform.A
Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, após uma
revolução em Kiev a favor da integração europeia, que resultou no
afastamento do então Presidente pró-russo, Viktor Yanukovych.Desde
então, a Ucrânia também está em guerra com separatistas apoiados pela
Rússia no Leste do país, num conflito que já provocou cerca de 14.000
mortos e 1,5 milhões de deslocados, segundo a ONU.Apesar da assinatura de acordos de paz, o acordo político estagnou e a violência nunca parou completamente.A
Rússia é acusada pelo Ocidente de ter reunido várias dezenas de
milhares de soldados na fronteira do seu vizinho nos últimos meses, em
antecipação de uma possível invasão.Moscovo
nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise
a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança.Essas
exigências incluem uma garantia de que a Ucrânia nunca será membro da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e que a Aliança
retirará as suas tropas na Europa de Leste para posições anteriores a
1997.Os Estados Unidos rejeitaram as
exigências russas, mas deixaram a porta aberta para conversações sobre
outras questões de segurança, tais como destacamentos de mísseis ou
limites recíprocos de exercícios militares.Os
chefes da diplomacia russa, Sergei Lavrov, e norte-americana, Antony
Blinken, vão falar hoje, por telefone, sobre a crise criada pela
presença de tropas da Rússia junto à fronteira com o país vizinho.