Presidente promulga regime remuneratório dos conservadores e oficiais de registo
17 de set. de 2019, 08:38
— Lusa/AO Online
“Embora com dúvidas sobre se este diploma
resolve os problemas suscitados, no passado, relativamente às carreiras,
atendendo a que o Governo está convicto que a entrada em vigor do novo
regime, por si só, resolverá essas dúvidas, e ainda para não onerar o
Governo que sairá das eleições de 06 de outubro, o Presidente da
República promulgou também o diploma que estabelece o regime
remuneratório das carreiras especiais de conservador de registo e de
oficial de registo”, refere a nota publicada na página da Presidência. Esta
promulgação ocorre numa fase de atrito entre o Governo e o setor, após
conservadores e técnicos dos registos e notariado terem feito em agosto
passado uma semana de greve em protesto contra a proposta do Governo
para o estatuto remuneratório, alegando que reduz salários e os
"legítimos direitos e as verdadeiras expectativas de quem se encontra
nestas carreiras". A greve foi marcada
pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e Notariado (STRN) e pela
Associação Sindical dos Conservadores dos Registo (ASCR) após a
aprovação pelo Governo do decreto-lei sobre a revisão do estatuto
remuneratório dos trabalhadores destas carreiras especiais. Para
o STRN, a proposta de Estatuto Remuneratório para trabalhadores "que
asseguram funções do Estado e que constituem uma mola dinamizadora de
toda a economia e da verdadeira paz social e coesão territorial", é um
“ataque sem precedentes ao sistema registral português”, sendo também um
“sinal muito claro” de que se pretende privatizar estes serviços, "uma
vez que este setor arrecada 600 milhões de euros por ano".A
ASCR alega que, além da questão remuneratória, faltam 1.500
trabalhadores qualificados e que a isenção e a independência da
profissão estão em causa e que o sistema de registo e a segurança
jurídica vão ser prejudicados, com consequências na sociedade e na
economia.