Presidente promete retirar conclusões se remodelação não funcionar
Governo
3 de jan. de 2023, 11:19
— Lusa/AO Online
À chegada do Brasil, Marcelo
Rebelo de Sousa comentou a mudança no executivo, anunciada na
segunda-feira, considerando que é a que “mexe menos” no Governo, dá
“continuidade às mesmas politicas”, dado que a nova ministra da
Habitação, Marina Gonçalves, já era secretária de Estado, e o novo
ministro das Infraestruturas conhece bem “o antigo ministro”, Pedro Nuno
Santos.“O critério é: fazer com a prata
da casa para não mexer naquilo que existia”, afirmou Marcelo aos
jornalistas pouco depois de aterrar no aeroporto de Lisboa, vindo de
Brasília, onde assistiu à posse do novo Presidente do Brasil, Lula da
Silva. “Vamos ver. Se isso funcionar é boa
ideia. Se não, retiraremos daí as conclusões”, afirmou o Presidente,
sem adiantar a que tipo de conclusões se refere. Em
declarações captadas pelas televisões, Marcelo Rebelo de Sousa insistiu
ainda que, se esta remodelação não resultar, “isso recairá sobre o
primeiro-ministro”, António Costa. O
Presidente evitou pronunciar-se sobre os pedidos dos partidos da
oposição, como o PSD, que defenderam a saída do ministro das Finanças,
Fernando Medina. O primeiro-ministro
escolheu na segunda-feira os atuais secretários de Estado João Galamba e
Marina Gonçalves para as funções de ministro das Infraestruturas e de
ministra da Habitação, respetivamente, para substituir Pedro Nuno
Santos, que tinha as tutelas até à semana passada. Pedro
Nuno Santos demitiu-se na sequência do caso da indemnização de 500 mil
euros da TAP a Alexandra Reis, secretária de Estado do Tesouro, demitida
dias antes, para deixar a transportadora aérea.Interrogado,
ainda no Brasil, se ficou satisfeito com as declarações de António
Costa e se as mudanças anunciadas no Governo põem fim à crise política, o
Presidente respondeu que nessa altura estava no Itamaraty e que de
qualquer forma não iria comentar as suas palavras."Mas
penso que o primeiro-ministro terá dito que a razão fundamental da
divisão em dois ministérios era óbvia: dar maior importância à
habitação", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.Por
outro lado, segundo o Presidente da República, o primeiro-ministro
"terá explicado que a solução adotada quanto aos dois ministérios, à
chefia dos dois ministérios, tinha a ver com aquilo que correspondia
mais à continuidade da política, e à continuidade administrativa e,
portanto, à preocupação de não criar ruídos políticos e administrativos
dentro do Governo".Marcelo Rebelo de Sousa
confirmou ainda que vai estar no Vaticano, na quinta-feira, nas
cerimónias fúnebres do Papa emérito Bento XVI, "em representação do
Estado português" e não a título pessoal. Segundo as informações que disse dispor, "a Santa Sé tratará em pé de igualdade todos os chefes de Estado". O
funeral de Bento XVI realiza-se na quinta-feira, na Praça de São Pedro,
no Vaticano, às 09h30 locais (08h30 em Lisboa, menos uma nos Açores), numa celebração
presidida pelo Papa Francisco. Apenas as delegações do Governo e da Presidência de Itália e da Alemanha participarão oficialmente da cerimónia.