Presidente pede “medidas concretas” ainda esta legislatura
Corrupção
9 de dez. de 2019, 13:07
— Lusa/AO Online
No dia internacional contra a
corrupção, Marcelo Rebelo de Sousa publicou uma mensagem no “site” da
Presidência em que “insiste na necessidade de claro consenso nacional
nesse combate e espera que ele se traduza, nesta nova legislatura, em
medidas concretas”. São “medidas
concretas” que, afirmou, viabilizem os “mais amplos meios de
investigação criminal, instrumentos jurídicos que permitam maior
eficácia na atuação, uma Justiça mais célere e, portanto, mais justa”.
“Tudo num clima de reforce a confiança dos portugueses no poder
judicial, pilar cimeiro do Estado de Direito e da Justiça”, lê-se no
texto, em que o Presidente recorda “os seus apelos” sucessivos ao
combate à corrupção, “desde o discurso de posse em março de 2016”.
Marcelo Rebelo de Sousa alertou ainda que "a luta contra a corrupção
supõe forças de segurança, também elas fortes e prestigiadas,
comunicação social independente, e, para isso, viável, e educação para a
honestidade e a transparência na vida pública, que deve começar nos
mais jovens e exigir constante pedagogia em todos os setores da
sociedade portuguesa". A criação de juízos
especiais para julgar corrupção e crimes conexos, a possibilidade de os
arguidos fazerem acordos em julgamento e melhorar a lei sobre o direito
premial são algumas das intenções do Governo para a área da justiça.
Fonte oficial disse à agência Lusa que estas e outras sugestões serão
analisadas a partir de janeiro pelo grupo de trabalho da justiça,
anunciado na quinta-feira, e que vai apresentar o seu relatório com
propostas concretas em finais de abril. No
dia em que se assinala o Dia Internacional de Combate à Corrupção é
convicção do Governo que é necessário encontrar formas de investigar e
julgar em menos tempo os processos de corrupção e evitar a construção de
megaprocessos. Há quatro anos, o
Presidente da República defendeu que devem ser os parceiros judiciários a
abrir caminho a um "pacto de justiça" entre os partidos, possivelmente
"delineado por fases ou por áreas", e pediu-lhes que criem "plataformas
de entendimento". No seu discurso na
sessão solene de abertura do ano judicial, no Supremo Tribunal de
Justiça, em Lisboa, em setembro de 2016, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou
que um "pacto de justiça" tem de começar "numa mudança cultural na
sociedade" e supõe "um denominador mínimo nos parceiros sociais, antes
de chegar aos partidos políticos".