Presidente eleito do Chile afirma que nomerá equipa para garantir certezas
21 de dez. de 2021, 11:15
— Lusa/AO Online
"Estamos conscientes de
que é importante para o país garantir certezas. Vamos atuar em
consonância, não temos neste momento nomes que possa tornar públicos”,
indicou o ex-líder estudantil, em conferência de imprensa em La Moneda
(sede governamental), depois de se ter reunido com o Presidente
cessante, Sebastián Piñera.No futuro
gabinete “as mulheres vão ser as protagonistas” e é “seguro” que haverá
independentes, apontou o candidato presidencial da Frente Amplio e do
Partido Comunista, que compareceu juntamente com os diretores de
campanha, Izkia Siches e Giorgio Jackson, que soam como cartas
ministeriais. O encontro com Piñera foi o
primeiro ato oficial de Boric, após a vitória de domingo, quando se
impôs com 55,8% de apoio e mais de de dez pontos de diferença frente ao
ultranacionalista José Antonio Kast.Aos 35
anos, Boric é o Chefe de Estado eleito mais jovem na história do Chile e
também o de maior votação, com 4,6 milhões de votos.“Parece-me
relevante destacar o caráter de Estado que tem (a reunião) e a
continuidade do Estado além das legítimas diferenças políticas que por
vezes, como é o caso, podem ser muito grandes”, reconheceu o ainda
deputado pela região de Magalhães.Durante a
reunião, Boric e Piñera falaram sobre a importância da “continuidade”
nas relações internacionais, a pandemia, a retoma económica, a
transferência de poder e os casos judiciais contra agentes de segurança
por alegadas violações de direitos humanos durante a onda de protestos
de 2019. “Uma das nossas prioridades no
Governo vai ser a que exista verdade, justiça, reparação e, por certo,
não repetição”, acrescentou Boric, que no domingo se impôs em 11 das 16
regiões do país e arrasou na capital.Minutos
depois de o seu sucessor abandonar o palácio presidencial, Piñera
indicou numa breve comparência pública que lhe ofereceu "toda a
colaboração para que a transferência de mandato seja muito republicana”.Crítico
acérrimo do modelo neoliberal instalado durante a ditadura militar
(1973-1990), Boric promete uma profunda agenda de mudanças para ampliar o
papel do Estado para um modelo de bem- estar parecido com o da Europa,
com tónica ecologista, feminista e regionalista.