Presidente do PSD desafia Governo a alargar apoio ao cabaz alimentar até final do ano
20 de jul. de 2022, 08:47
— Lusa/AO Online
Em
entrevista à CNN Portugal, a primeira desde que o Congresso do PSD o
consagrou como líder, Luís Montenegro estimou que esta medida teria um
custo de 500 milhões de euros, considerando os 64 milhões de euros que o
Governo gastou em cada uma das duas vezes que aprovou a medida “uma
ninharia”.Montenegro voltou a acusar o
Governo de não estar a utilizar o excedente orçamental que terá no final
do ano na arrecadação de impostos devido à inflação – que calculou
entre 3.500 e 7.000 milhões de euros – no apoio às famílias mais
afetadas pelos aumentos de preços.“O
primeiro-ministro, além de não estar a utilizar este excedente
orçamental, e de estar a ter uma conduta social e politicamente imoral
(…) ainda vende a ilusão aos pensionistas de que para o ano é que vai
ser, porque vão ter um aumento significativo das pensões, mas que
decorre da lei”, criticou.Luís Montenegro
desafiou o Governo a dizer se pretende, com este excedente, diminuir o
défice ou a dívida, deixando entender que não seria essa a sua opção se
fosse primeiro-ministro.“Eu digo qual é a
minha opção, qual é a opção do PSD. Não, num contexto em quando as
pessoas têm um cabaz alimentar onde há produtos que sobem 10 a 20%,
outros a 50%, a grande responsabilidade do Estado é aproveitar este
excedente e fazer o retorno à sociedade para os que mais precisam”,
disse.Instado a concretizar o que faria o
PSD, Montenegro partiu do apoio ao cabaz alimentar já aprovado pelo
Governo em duas ocasiões, de 60 euros para as famílias mais vulneráveis
(as abrangidas pela tarifa social de eletricidade ou que recebem
prestações sociais mínimas).“Eu não dava
60 euros de dois em dois meses, eu dava pelo menos 60 euros todos os
meses e até final do ano (…) Até pode dar o dobro todos os meses a estes
agregados ou pode estender a medida a outros agregados familiares que
não se enquadrem na tarifa social de eletricidade ou nos que têm
prestações mínimas”, explicou.O presidente
do PSD contabilizou que, se o Governo gastar 60 euros até final do ano
nos meses ainda não cobertos pelo apoio – de setembro a dezembro – e, se
duplicar o apoio, gastaria 500 milhões de euros.“Não
estamos a agravar as contas públicas nem a pedir um esforço
especialmente robusto aos Estado, mas estamos a tratar da vida das
pessoas que, no final do mês, não vão ter dinheiro para pagar as
despesas básicas”, defendeu.