Presidente do PSD defende negociação equilibrada entre professores e Governo
30 de jan. de 2023, 10:40
— Lusa/AO Online
Em entrevista ao jornal Eco, Luís Montenegro
diz que há “um elefante na sala” quando se fala de professores, defende a
avaliação de professores, mas não é favorável à imposição de quotas."Era
desejável recuperar o máximo tempo possível, dentro de um critério de
equilíbrio da administração pública e, naturalmente, também das
consequências financeiras. Há aqui um elefante na sala, não vamos
ignorá-lo. Todos sabemos que a recuperação integral [da carreira] de
mais de 100.000 pessoas tem um impacto financeiro muito grande, defende.Na entrevista, o presidente do PSD defende a avaliação dos professores e de alunos.“Sou
defensor quer da avaliação dos alunos, quer da avaliação dos
professores. Acho que foi um erro tremendo acabar com a avaliação, vamos
chamar lhe vinculativa, dos alunos nos fins dos ciclos de aprendizagem e
a passagem para as provas de aferição. Isso retirou exigência e, por
via disso, também qualidade”, indicou.Quanto
à avaliação de professores, Luís Montenegro especifica que a solução só
pode ser mesmo alcançável no processo negocial entre o Governo e os
docentes.“Há um problema com as carreiras,
há um problema com a atratividade da carreira de professor. Com certeza
que há outros, como o excesso de burocracia, a autoridade do professor.
Para chamar hoje pessoas com habilitação para a carreira do ensino, é
preciso dar-lhes condições, condições remuneratórias, condições de
colocação, condições para conciliar o exercício da profissão com a vida
familiar. E, efetivamente, os professores, como muitos funcionários
públicos, foram privados da progressão normal das suas carreiras, por
vicissitudes várias ao longo dos anos”, sublinhou.No
entendimento do líder do PSD deve ser encontrada uma fórmula que seja
justa para os professores e também para os outros setores da
administração pública.Na entrevista, o
líder do PSD insiste que não é favorável à imposição de quotas,
considerando que podem "deixar de fora critérios de progressão da
carreira profissionais que, ainda assim, são muito bons”.“Eu
tenho as minhas dúvidas… não é pela antiguidade. A avaliação, quando é
feita pelas quotas, pode deixar de fora critérios de progressão da
carreira profissionais que, ainda assim, são muito bons. Se tivermos
quota, estamos a fechar. Estamos a dizer que só podem progredir um
determinado número”afirmou.De acordo com o
líder do PSD, a progressão deve ter em linha de conta a avaliação, que
tem de ser hierarquizada e, depois, tem que ser um modelo.Luís
Montenegro adianta estar disponível, num “processo negocial, para que
se encontre uma formulação que (...) seja justa, onde o mérito seja
premiado, onde aqueles que trabalham mais e têm melhor performance têm
um aumento salarial maior".“Mas não quer dizer que os outros fiquem estagnados”, referiu.Na
entrevista, Luís Montenegro afirma estar de acordo com a necessidade
que há de ter um modelo de colocação de professores que está a provocar
injustiças enormes.“Quando os professores
pedem um processo de colocação mais justo, é possível fazer muito mais
daquilo que tem sido feito”, referiu.