Presidente do PS adverte que é preciso agir no curto prazo e rever políticas e meios
19 de abr. de 2022, 10:01
— Lusa/AO Online
Esta
posição de Carlos César consta de uma mensagem a propósito do 49.º
aniversário do PS, que será assinalado não esta terça-feira, dia de luto nacional
pela morte da atriz Eunice Muñoz, mas apenas na quarta-feira, na Gare
Marítima de Alcântara, em Lisboa, pelas 21h00 (menos uma nos Açores).“Estamos,
de novo, a viver tempos que não são fáceis para os governos, e ainda
menos para as pessoas, para as famílias e também muito penosos para as
empresas”, refere o presidente do PS, numa alusão às consequências da
guerra na Ucrânia.Para o membro do
Conselho de Estado e antigo presidente do Governo Regional dos Açores, é
no reconhecimento dessa conjuntura difícil “que importa agir no curto
prazo, adequando ou revendo políticas e meios, onde e quando necessário,
sem prejuízo dos objetivos mais continuados”.Sejam
os objetivos “resultantes da emergência climática ou da transição
digital, sejam os da eficiência da administração e dos serviços públicos
ou da qualificação dos recursos humanos e empresariais em geral”,
especifica.Na sua mensagem, o presidente
do PS sustenta que, ao longo do último meio século, o seu partido
“esteve desde que restabelecida a democracia em 1974 nos impulsos
modernizadores essenciais e nos grandes desafios e nos avanços que o
país viveu e conheceu”.Carlos César aponta
depois como exemplos a descolonização, a recriação do poder local, a
constitucionalização das autonomias insulares, a integração europeia, ou
a “superação de crises gravíssimas” como a que agora se atravessa na
sequência da pandemia da covid-19 “e com a guerra na Europa movida pela
Rússia”.“Fomos e somos o partido de várias
gerações de portugueses; um vasto espaço de pluralidade e de construção
contínua. Porém, hoje, como ao longo deste quase meio século, as nossas
inquietações e as nossas lutas radicam-se na mesma ambição: viver em
liberdade e em paz e concretizar uma sociedade dinâmica, florescente,
mais justa, menos desigual”, considera o membro do Conselho do Estado e
antigo líder parlamentar do PS.Carlos
César reitera a sua posição de que o PS não é no país “um partido de
ocasião”, sendo antes “a esquerda portuguesa empenhada na proteção da
fronteira entre a liberdade económica e a igualdade de oportunidades,
evitando que uma prejudique a outra”.“Somos
a esquerda defensora do Estado que é necessário, do Estado
simultaneamente envolvido na segurança das pessoas e no estímulo às suas
iniciativas e à sua criatividade; a esquerda persistente, que contraria
as narrativas da inevitabilidade das desigualdades e do conformismo com
a pobreza; a esquerda corajosa - com passado, presente e futuro -, que
se libertou do conservadorismo e que se exercita no reformismo
progressista; a esquerda portuguesa empenhada na construção de um espaço
institucional europeu, ativo, solidário e democrático”, defende.Para Carlos César, compete a atual direção do PS “honrar esse património”.“Agora que, uma vez mais, estamos a governar Portugal”, acrescenta.