Presidente do Parlamento Europeu convoca bancadas para reunião de urgência
Ucrânia
23 de fev. de 2022, 18:34
— Lusa/AO Online
“Considerando
os últimos desenvolvimentos dramáticos na Ucrânia, a presidente Metsola
convocou para quinta-feira de manhã uma reunião extraordinária da
Conferência dos Presidentes [líderes dos partidos políticos]”, anunciou o
gabinete da líder da assembleia europeia, numa nota enviada à Lusa.Presentes
na reunião, que decorre em formato híbrido e que será “uma oportunidade
para trocar pontos de vista” sobre a crise de segurança ucraniana,
estarão também os presidentes da Conselho Europeu, Charles Michel, e da
Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.Espera-se
que, na reunião, sejam abordados os vários aspetos da crise, incluindo a
condenação da União Europeia à “agressão russa contra a Ucrânia, a
violação do direito internacional e dos Acordos de Minsk, o apoio da UE à
independência e integridade territorial da Ucrânia e a rápida adoção de
sanções pelo Conselho”, elenca o gabinete de Roberta Metsola na nota.A
reunião visa, ainda, “expressar solidariedade com o povo da Ucrânia e
recordar a importância da unidade contínua da UE”, adianta.Roberta
Metsola, que tem sido bastante crítica da ofensiva russa e ativa na
defesa da soberania ucraniana, participará na quinta-feira à noite na
cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da União
Europeia, também hoje convocada, para discutir a escalada da tensão
entre Ucrânia e Rússia.A
convocação deste Conselho Europeu extraordinário ocorre no mesmo dia em
que o Comité de Representantes Permanentes dos Governos dos
Estados-Membros da União Europeia adotou, em definitivo, as sanções
contra a Rússia aprovadas na terça-feira pelos ministros dos Negócios
Estrangeiros dos 27.Na
terça-feira à noite, os embaixadores dos Estados-membros junto da UE já
haviam dado aval à lista de sanções europeias à Rússia, que, segundo o
chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, visam “atingir, e muito” as
autoridades russas, tendo o pacote sido formalmente adotado hoje.O
ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, e dois bancos privados da
Rússia estão entre os alvos das sanções, que abrangem 27 indivíduos e
entidades dos setores político, militar, empresarial e dos media, além
de cerca de 350 membros da câmara baixa do parlamento russo (Duma).Relativamente
às sanções financeiras, preveem-se restrições às relações económicas e
comerciais da UE com as duas regiões separatistas, de Donetsk e Lugansk,
bem como o congelamento de bens de dois bancos privados russos e
limites à capacidade de o Estado russo aceder aos mercados de capitais e
financeiros da UE.As
posições da UE surgem após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter
assinado, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as
autoproclamadas repúblicas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste da
Ucrânia), e de ter ordenado a mobilização do exército russo para
“manutenção da paz” nestes territórios separatistas pró-russos.A
decisão de Putin foi condenada pela generalidade dos países ocidentais,
que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois
de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.