Autor: LUSA/AO online
"Este trabalho conjunto deverá servir igualmente para refletirmos sobre o crescente afastamento e até indiferença para com a temática política e, principalmente, parlamentar”, afirmou Ana Luís, na tomada de posse do novo Governo Regional, liderado pelo socialista Vasco Cordeiro, na Horta, ilha do Faial.
Para a presidente do parlamento, “se é certo que as tecnologias de informação e os novos meios de comunicação podem e devem estar ao serviço da democracia, para diminuírem esse distanciamento, a verdade é que esta responsabilidade não é exclusiva dos que exercem funções públicas”.
Por isso, sublinhou, deve haver de todas as áreas da sociedade “um compromisso firme no combate ao desinteresse e em fazer a pedagogia da autonomia”.
Sem nunca se referir à abstenção recorde nas eleições legislativas regionais de 16 de outubro neste tipo de sufrágio (59,15%), Ana Luís considerou que “está em causa um dos pilares da democracia e o seu fortalecimento” deve ser um desiderato.
“Para o efeito, devemos continuar a trabalhar para construir pontes entre eleitos e eleitores, para darmos a conhecer o nosso trabalho, muito maior e mais profundo que aquele que muitas vezes passa para a opinião pública e publicada, para promovermos uma verdadeira política de abertura, para termos um parlamento efetivamente próximo dos açorianos”, adiantou.
Antes, ao presidente do Governo Regional, que hoje iniciou o segundo mandato, Ana Luís prometeu “lealdade institucional e uma estreita cooperação”.
“O Governo Regional, liderado pelo dr. Vasco Cordeiro, que hoje também tomou posse, resulta de uma maioria renovada que terá nesta assembleia toda a colaboração necessária para que possa responder às aspirações dos açorianos”, acrescentou.
Ana Luís disse ainda estar certa de que, apesar das “diferentes visões e opiniões políticas naturais e ideológicas”, todos saberão criar condições para superar “os desafios dos novos tempos e de uma sociedade cada vez mais globalizada”.
Aos deputados e membros do executivo, a presidente do parlamento referiu que a génese do seu trabalho “é o sentido de missão e responsabilidade perante” os eleitores.
“Hoje o que nos é exigido é um grande sentido de humanismo, de dedicação e verticalidade. O mandato que nos foi conferido deve ser, desta forma, encarado numa perspetiva de trabalho e dedicação à causa pública”, acrescentou a presidente da Assembleia Legislativa dos Açores.