Presidente do Governo dos Açores apela ao diálogo no setor do leite
6 de set. de 2021, 14:07
— Lusa/AO Online
“É uma estratégia
que deve ser considerada em diálogo diretamente com a indústria, mas
também através dos seus representantes, e as oportunidades que as
subvenções públicas podem dar para esta inovação na linha de produtos da
área dos laticínios”, afirmou, referindo-se à “vocação” da indústria de
laticínios nos Açores para “uma oferta de valor acrescentado nos seus
produtos”.José Manuel Bolieiro falava em
Angra do Heroísmo, à margem de uma reunião com os dirigentes da Câmara
de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), que entregaram ao presidente do
executivo açoriano um documento com “contributos” para a governação.A
crise do setor do leite, que levou recentemente as
associações agrícolas dos Açores a ameaçar reduzir o efetivo caso não
houvesse um aumento do preço do leite, foi um dos assuntos em discussão.Para
José Manuel Bolieiro, “é preciso refletir e concertar os custos de
contexto da operação na indústria”, para “valorizar o rendimento” da
indústria e da produção.“É preciso também
garantir sustentabilidade, negócio e rentabilidade à própria indústria,
numa solução de relação com a distribuição, que seja justa e compatível
com a melhoria do rendimento de todos os que participam nesta cadeia de
interesses na fileira dos laticínios”, apontou.Questionado
sobre se o executivo açoriano iria condicionar os apoios públicos ao
tipo de produtos lácteos, o presidente do Governo Regional
afirmou: “Precisamos obviamente, face à nossa condição arquipelágica
ultraperiférica, de combater os custos desta insularidade através da
capacidade de produção e de uma economia de transação com produtos de
valor acrescentado. É uma estratégia global que temos para as políticas
públicas do futuro dos Açores”.Para a
Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), que promoveu, na semana
passada, uma reunião entre vários empresários do setor, em conjunto com o
Núcleo de Empresários da Lagoa (NELAG), “a indústria está forçada a
entender-se com a produção”.“É algo que
terá de ser promovido. O senhor presidente do Governo tem também essa
convicção, essa preocupação, tem feito diligências nesse sentido, e
julgo que vamos no bom caminho. Tudo leva o seu tempo, mas julgo que
vamos no bom caminho no que a isso diz respeito”, disse.Da
documentação entregue pela associação empresarial representativa das
ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa, que o presidente do Governo
Regional garantiu que “será considerada e tida em conta”, constam também
preocupações com a promoção turística.Segundo
Marcos Couto, os Açores têm de “ser promovidos como um destino de nove
ilhas, todas elas diferentes, todas elas complementares”.“É algo que nos parece essencial para o sucesso da própria promoção”, sublinhou.