Presidente do Governo dos Açores admite orçamento retificativo em 2023 se a crise se agudizar
22 de set. de 2022, 17:52
— Lusa/AO Online
“Procurarei
sempre ter documentos provisionais de acordo com uma estabilidade
estrutural, mas há contingências de economia mundial e europeia que
podem alterar os pressupostos. E é óbvio que a exigência e as técnicas
de planeamento vão determinar, caso assim seja, que possamos,
eventualmente revisitar o que foi o Plano [de 2023] para adaptar a novas
condições”, declarou José Manuel Bolieiro.O
líder do executivo açoriano salvaguardou que esse “não será um
objetivo", mas reconheceu que não se pode "excluir a necessidade de
rever [o Plano] de acordo com a realidade que hoje é meramente
expectável, mas não factual”.José Manuel
Bolieiro falava aos jornalistas, em Ponta Delgada, no final da ronda de
auscultação dos partidos políticos, parceiros sociais e forças vivas da
sociedade no quadro da preparação da anteproposta do Plano e Orçamento
de 2023.O presidente do Governo dos Açores
declarou, por outro lado, que está “confiante que tudo está a ser feito
para que haja um reconhecimento da importância estratégica da
estabilidade e de evitar a criação de crises artificiais [políticas] que
penalizam as já crises reais, como a económica e sanitária que
aconteceu".José Manuel Bolieiro
especificou que a crise pandémica "afetou as finanças e a economia, bem
como também a guerra provocou a subida de preços da energia e
transportes, dos sobrecustos dos fatores de produção”, a par da inflação
e subida das taxas de juro. O Governo
Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) depende do apoio dos partidos que
integram o executivo e daqueles com quem tem acordos de incidência
parlamentar (IL, Chega e deputado independente) para ter maioria
absoluta na Assembleia Legislativa Regional e, assim, viabilizar o Plano
e Orçamento para 2023.José Manuel
Bolieiro disse ainda que tem “notado uma tendência consensual para
aquela que é a prioridade neste momento” por parte dos partidos e
parceiros sociais.O governante considerou
também que “é uma falácia que há superavit” da receita das finanças dos
Açores e salvaguardou que “não se pode adormecer” na defesa de que todas
as medidas que o Governo da República venha a adotar para mitigar os
impactos da crise que se vive se apliquem a todo o país, incluindo a
Região Autónoma dos Açores.O líder do
executivo regional reiterou que o diferencial fiscal de 30% [taxa
máxima] do IRS, IRC e IVA dos Açores para o continente é “para manter”
em 2023, a par da tarifa Açores e a aposta na Saúde e Educação por via
do “investimento no capital humano”.