Presidente do Governo diz que fez "tudo" para garantir estabilidade

19 de nov. de 2021, 11:11 — Lusa/AO Online

“Tudo fiz para garantir a estabilidade política e uma boa governação para os Açores. Caso não seja possível, o povo é sempre soberano e as eleições são o melhor instrumento para que a verdade do povo tome a opção que entender. Tenho a convicção de que fiz tudo. A partir daí, cada um fala por si”, disse o social-democrata José Manuel Bolieiro em Ponta Delgada. O chefe do executivo açoriano falava a propósito do apelo do líder nacional do Chega para o seu deputado único retirar o apoio parlamentar ao Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), em véspera de debate e votação do Orçamento Regional. Em declarações aos jornalistas após receber, em audiência, Paulo Rangel, candidato à liderança do PSD, Bolieiro frisou que “as questões dos Açores resolvem-se nos Açores” e revelou que tem falado com o deputado do Chega, José Pacheco, tendo feito o mesmo “com todos, relativamente às referências para a construção de um denominador comum, sólido e que beneficie o interesse dos Açores”. “Não posso ir além falando pelos outros”, frisou, perante a insistência dos jornalistas sobre uma aparente confiança na viabilização do Orçamento Regional, que começa a ser debatido no parlamento açoriano na segunda-feira. “Fizemos o que tínhamos a fazer. A minha expetativa é que, das conversações que tenho desenvolvido com todos, assegurar que se consigam rever com realismo, sem fantasia, na versão final [do Orçamento]”, justificou.Bolieiro apontou ainda a “lealdade do diálogo” que tem mantido com os partidos, num “exercício de humildade democrática” para a confiança de que o Orçamento seja viabilizado. “Entre a anteproposta [de Orçamento] e a proposta [entregue no parlamento regional] absorvemos todas as 'aportações' que foram possíveis, à luz da informação que tínhamos”, observou. Tal, não invalida, disse, “outras conversações que possam, como é tradição, estar em análise no próprio debate parlamentar”. “Há, no entanto, uma posição essencial: foi apresentado um documento que já aportou várias sugestões no sentido de ter um denominador comum à realidade das informações que tínhamos, para que haja um consenso”, disse. Por outro lado, “pode haver sempre apreciação e debate em especialidade e outras propostas”. “O trabalho que me competia fazer, na da defesa do interesse dos Açores e de auscultação – esse trabalho eu fiz”, vincou. A Assembleia Legislativa Regional dos Açores é composta por 57 eleitos e a coligação de direita do Governo – que representa 26 deputados - precisa de mais três parlamentares para ter maioria absoluta. A coligação assinou um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD com a Iniciativa Liberal. O Chega elegeu dois deputados nas eleições legislativas de 2020, mas um deles – Carlos Furtado – passou a independente após ter perdido, em julho, a confiança política do líder nacional do partido. O parlamento açoriano conta ainda com mais 28 deputados: 25 deputados do PS, que já anunciou o voto contra, dois do BE, que admitiu votar contra, e um do PAN, que aguarda validação da comissão política local para votar contra.