“Presidente decidiu, está decidido, ponto final parágrafo”
PSD
4 de nov. de 2021, 21:48
— Lusa/AO Online
Rui Rio falava em entrevista à TVI,
pouco mais de uma hora depois de o Presidente da República ter
anunciado que vai dissolver o parlamento e marcar eleições
legislativas antecipadas para 30 de janeiro.
Questionado se vê nesta data algum
favorecimento do seu adversário interno, Paulo Rangel, Rio não
respondeu diretamente, frisando que sugeriu, tal como a maioria dos
partidos, a data de 16 de janeiro como a mais indicada para as
legislativas.
“O Presidente decidiu 30 de janeiro,
está decidido, há que ir em frente, ponto final parágrafo”,
afirmou.
O presidente do PSD alertou que, com
esta data, o Governo “vai tomar posse lá para meio de fevereiro”
e terá três meses para apresentar o Orçamento.
“Não temos orçamento em vigor antes
de junho, para não dizer julho”, afirmou, dizendo que este período
de crise política - entre 27 de outubro e 30 de janeiro - será “dos
maiores de sempre”, comparado com anteriores dissoluções.
Perante a insistência dos jornalistas,
Rio recusou responder se esta data beneficiará Paulo Rangel, dizendo
que mudou “não só de parágrafo, mas também de capítulo”.
“Entendo que as decisões deste
género não devem atender às questões dos partidos. O povo
português não tem de se adaptar às questões internas dos
partidos, são os partidos que têm de se adaptar”, afirmou.
Na semana passada, em entrevista à
SIC, Rui Rio tinha afirmado que a data que o Presidente da República
escolher para legislativas iria revelar se “quis dar uma ajuda”
ao PSD “e, neste caso, mais a um candidato”, Paulo Rangel.
O presidente do PSD defendia 09 de
janeiro como a “primeira data” possível para eleições e o dia
16 do mesmo mês como uma data ainda aceitável, enquanto Paulo
Rangel manifestou preferência pelo final de fevereiro.
“Se cumprir o que vem dizendo desde o
início, as eleições serão logo no início de janeiro para termos
orçamento o mais depressa possível e não desperdiçarmos fundos do
PRR”, afirmou então Rio.
Se, pelo contrário, as eleições
forem marcadas para mais tarde, Rio afirmou na SIC que ficaria
“evidente que o Presidente da República quis dar uma ajuda ao seu
partido e, neste caso, até mais a um candidato”, referindo-se ao
seu adversário interno, o eurodeputado Paulo Rangel, críticas que
hoje não quis repetir.