Presidente da República recorda obra do escritor
Óbito/Cristóvão de Aguiar
6 de out. de 2021, 10:54
— Lusa/AO Online
Em
comunicado, o Presidente da República lembrou a sua obra integralmente
reeditada nos últimos anos, que mereceu diversos reconhecimentos nos
Açores e prémios como o Grande Prémio de Literatura Biográfica da
Associação Portuguesa de Escritores.Recordou igualmente que Cristóvão de Aguiar recebeu também as insígnias de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.“Açoriano
de São Miguel, estudou Filologia Germânica em Coimbra, e nessa mesma
universidade foi leitor de Língua Inglesa. Redator e colaborador da
revista Vértice, publicou coletâneas de poemas, ensaios e livros de
ficção, dando nos seus romances, como a trilogia “Raiz Comovida”,
testemunho das comunidades açorianas, da emigração e da guerra na Guiné,
onde combateu”, é referido na nota.O
Presidente da Republico destacou ainda “Relação de Bordo, o seu projeto
literário mais duradouro, um diário onde ao longo de meio século
(1965-2015) deixou, à maneira de Torga, as suas impressões pessoais e o
seu comprometimento cívico”.O
escritor açoriano Cristóvão de Aguiar, natural do Pico da Pedra, na
ilha de São Miguel, morreu na terça-feira aos 81 anos, em Coimbra, disse
à agência Lusa Chrys Chrystello, presidente da Associação Internacional
Colóquios da Lusofonia.Cristóvão
Dias de Aguiar nasceu a 08 de setembro de 1940, no Pico da Pedra, e era
uma referência da literatura, com um longo percurso iniciado em 1965
com a publicação do livro de poesia "Mãos vazias".Na
sua vasta obra literária, destacam-se a trilogia romanesca "Raiz
Comovida", "o Braço Tatuado" — onde relata a sua experiência como
combatente na Guiné durante a Guerra Colonial — e "Relação de Bordo",
conjunto de diários que abrange os anos de 1965 a 2015.Traduziu ainda a "A Riqueza das Nações", de Adam Smith, numa edição da Fundação Calouste Gulbenkian.Cristóvão
de Aguiar venceu, entre outros, o Prémio Ricardo Malheiros da Academia
das Ciências de Lisboa, o Grande Prémio de Literatura Biográfica da
Associação Portuguesa de Escritores/Câmara Municipal do Porto e o Prémio
Literário Miguel Torga/Cidade de Coimbra.Distinguido
por diversas instituições e em várias áreas, Cristóvão de Aguiar foi,
em 2001, agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique.O
escritor recebeu também a insígnia Autonómica de Reconhecimento da
Região Autónoma dos Açores e a medalha de mérito municipal do concelho
da Ribeira Grande, ilha de São Miguel, de onde é natural.Ao
longo de 40 anos de vida literária foi também homenageado pela Reitoria
da Universidade de Coimbra, através da edição de uma publicação onde é
reconhecido como um escritor de mérito.Cristóvão
de Aguiar foi, ainda, homenageado pela Universidade do Minho e pela
Secretaria Regional da Cultura dos Açores, por ocasião dos 50 anos de
vida literária, com a edição das suas obras completas entre 2015 e 2020.