Presidente da República convencido de que orçamentos para 2022 e 2023 vão passar
14 de mai. de 2021, 12:00
— Lusa/AO Online
Em
entrevista à RTP, a primeira do seu segundo mandato como chefe de
Estado, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que as eleições autárquicas
que se realizarão entre setembro e outubro deste ano, ainda por marcar,
"são nacionais", com possíveis consequências para as lideranças
partidárias, e que já se entrou "em pré-campanha eleitoral".Neste
contexto, o Presidente da República afirmou: "Eu estou convencido de
que o Orçamento [para 2022] passa e não dou de barato isso - aliás, os
protagonistas têm dito isso, que tem de haver negociação - mas admito
que possa passar com uma base de apoio similar à do último Orçamento". "É
a minha análise da situação. Faz lógica que tenha essa base, pelo
menos. Pode ter uma base maior, pode haver um partido que não tenha
votado ou que não se tenha abstido de última vez e que se abstenha desta
vez. Mas, quer dizer, não estou convencido de que haja um risco grande
de o Orçamento não passar", acrescentou.O
Orçamento do Estado para 2021 foi aprovado com votos a favor apenas do
PS e a abstenção de PCP, PAN e PEV. O Bloco de Esquerda votou contra
pela primeira vez desde o início da anterior legislatura.Questionado,
mais à frente, se está muito confiante que o Orçamento do Estado para
2022 vai passar, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Passa. Estou. E que
o seguinte [o Orçamento do Estado para 2023] vai passar".O
Presidente da República indicou o final deste ano e começo de 2022 como
"tempos de balanço e de apontar para o fim da legislatura, que é em
outubro de 2023" e observou que "importa saber quais são as lideranças
de todos os partidos", alguns dos quais têm diretas ou congressos a
seguir às autárquicas."O PS ainda tem
tempo para o fazer mais tarde, porque tem o congresso este ano ainda
pode ter dois anos a seguir, em 2023. O PSD, não, é a decisão em
princípio essencial para definir quem é o candidato, se é o atual líder,
que é neste momento plausível, ou se ele não quer, se não pode, qual é a
decisão dos militantes", disse, referindo-se a Rui Rio.Por
outro lado, realçou que "no final de 2023 é feita a primeira avaliação
dos fundos recebidos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a que
se somam os fundos, que não são menos importantes, até são mais
importantes, europeus, do Portugal 2030"."Temos
dois anos aí cruciais para a aplicação de fundos e temos tradição de
taxa de execução baixa, inferior a 50%. Aqui temos de ter próxima de
100% para não deitar dinheiro pela janela", apelou, concluindo que será
"uma corrida contrarrelógio em termos de utilização de fundos".Segundo
Marcelo Rebelo de Sousa, "o durar a legislatura é fundamental, ainda
mais fundamental do que seria, porque estar a gerir planos com crises
pelo meio, isso não existe, aí a taxa de execução é que passa a ser
baixíssima"."Ao
mesmo tempo que eu penso que vai haver sinais de arranque na economia, e
nisso eu estou modernamente otimista. Acho que o turismo vai reagir
logo que possa, turismo interno e turismo externo", declarou.Relativamente
à evolução da covid-19 em Portugal, o chefe de Estado manifestou-se
convicto de que "na transição para o outono" os números estarão "a
descer em termos controlado".