Presidente da República considera prematuro avançar data para a sua vacinação
Covid-19
26 de jan. de 2021, 17:55
— Lusa/AO Online
A
informação de que os titulares de órgãos de soberania vão começar a ser
vacinados a partir da próxima semana foi divulgada na segunda-feira, no
dia seguinte às eleições presidenciais em que Marcelo Rebelo de Sousa
foi reeleito Presidente da República.Hoje,
no final de uma visita ao Hospital das Forças Armadas, em Lisboa, em
conjunto com o primeiro-ministro, António Costa, e com a ministra da
Saúde, Marta Temido, o chefe de Estado foi questionado sobre este
assunto."Eu só posso falar por aquilo que o
senhor primeiro-ministro me disse e me enviou como carta. O senhor
primeiro-ministro elaborou um despacho em que nomeadamente solicitava
aos titulares dos órgãos de soberania, os principais responsáveis dos
órgãos de soberania, que manifestassem a sua adesão à ideia de uma
vacinação desses titulares, de acordo com prioridades que cada órgão de
soberania definiria", respondeu.Marcelo
Rebelo de Sousa assinalou que, embora o Presidente da República seja "um
órgão singular", existem "órgãos que estão relacionados com a
Presidência da República: é o caso do Conselho de Estado, é o caso dos
representantes da República nas regiões autónomas dos Açores e da
Madeira". "Isso foi solicitado pelo senhor
primeiro-ministro, os órgãos definirão as prioridades e depois será
definido o momento da vacinação. É prematuro da parte mesmo do
Presidente da República estar a antecipar datas sobre uma matéria que é
do foro das autoridades sanitárias", acrescentou.Interrogado
se lhe foi comunicado por que motivo foram alterados os critérios do
plano de vacinação, o Presidente da República declarou: "Isso depois a
senhora ministra da Saúde, em tempo adequado, no local adequado,
esclarecerá essa matéria".A vacinação
contra a covid-19 em Portugal começou em 27 de dezembro, com
profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) diretamente envolvidos
na resposta a esta doença, e entretanto estendeu-se a profissionais e
residentes em lares de idosos e unidades de cuidados continuados.A
primeira fase do plano de vacinação inclui também profissionais das
Forças Armadas, forças de segurança e serviços considerados críticos.Questionado
se concorda que se deve dar prioridade a todos os idosos com mais de 80
anos, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a tomar posição, limitando-se a
dizer que em relação ao plano de vacinação "se vai de forma constante
avaliando e completando e aprendendo com a experiência em termos de,
mantendo a lógica global, a ajustar às circunstâncias do momento".Segundo
o chefe de Estado, que foi o único a responder a perguntas dos
jornalistas no final desta visita, também se está a procurar ir
"acelerando, na medida do possível, a transição dentro do primeiro grupo
de risco e, mais tarde, também logo que possível, do primeiro para o
segundo grupo de risco".Ainda
relativamente à vacinação de titulares de órgãos de soberania, Marcelo
Rebelo de Sousa realçou que "há separação de poderes" e que a definição
de prioridades compete a cada instituição e "é sobretudo importante nos
órgãos colegiais" como o Governo e a Assembleia da República.