Autor: LUSA/AO Online
“Vamos ver, ainda falta o mês de agosto e, portanto, vamos esperar
para depois, com distância, podermos avaliar a situação. E há uma lição
que é evidente, é que ninguém esquecerá o que se passou e haverá uma
reflexão nacional sobre isso”, disse. Para o chefe de Estado, que
falava aos jornalistas em Marvão, no distrito de Portalegre, à margem do
encerramento do quarto Festival Internacional de Música de Marvão, “é
mais do que importante, é inevitável”, desenvolver um debate sobre a
problemática dos incêndios no país. Sobre a suposta falta de
comando e descoordenação por parte das autoridades no combate às chamas,
o Presidente da República voltou a sublinhar que é importante “esperar
pelo fim” da época de incêndios, para depois ser feita uma avaliação. Questionado
sobre o “longo período de recuperação” que as populações afetadas pelos
incêndios têm pela frente, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a replicar
que é preciso “esperar” para ver a avaliação que está a ser
desenvolvida. “Vamos esperar para ver a avaliação, ainda estamos
num período de fogos e depois, com distância, daqui por um mês, mês e
meio, aguardando as conclusões daquilo que vai ser ou já está a ser
investigado se falará”, disse. O Presidente da República visitou
hoje à tarde o concelho de Nisa, no distrito de Portalegre, fustigado
por três incêndios florestais na última semana, onde elogiou o papel dos
bombeiros, forças armadas e de voluntários. Em Marvão, Marcelo
Rebelo de Sousa reportou que encontrou o concelho de Nisa de uma forma
“finalmente serena”, após quatro dias“ muito trabalhosos, muito difíceis
e muito sofridos”. “Vi uma população a reagir com muita firmeza, muita determinação”, sublinhou. Marcelo
Rebelo de Sousa começou por visitar em Nisa a cantina do centro escolar
da vila de Nisa, onde foram servidas as refeições aos bombeiros e
militares empenhados no combate às chamas, tendo elogiado o "papel
cívico" dos voluntários, além de se mostrar "impressionado" com a
organização, "num espaço de tempo muito concentrado" de quatro dias. Acompanhado
pela presidente da Câmara de Nisa, Idalina Trindade, o chefe de Estado
assistiu depois a um 'briefing' no posto de comando, antes de visitar
uma das aldeias, Amieira do Tejo, que esteve ameaçada pelas chamas. Os
três incêndios florestais que assolaram o concelho, o último deles na
tarde de sábado, perto de Montalvão, estão todos em fase de vigilância, o
que levou à desativação, no sábado à noite, do Plano Municipal de
Emergência e Proteção Civil.