Presidente da República concede indultos a cinco reclusos
23 de dez. de 2021, 11:46
— Lusa/AO Online
Marcelo Rebelo de Sousa tomou a
decisão após receber Francisca Van Dunem em Belém, cumprindo assim uma
prática comum aos anteriores chefes de Estado. Os cinco indultos
concedidos repetem o número de indultos concedidos por ocasião do Natal
de 2020.Ao longo do primeiro mandato como
Presidente da República, o chefe de Estado concedeu nesta época
natalícia 23 indultos: seis em 2016, cinco em 2017 e 2018, dois em 2019 e
novamente cinco em 2020.O anúncio dos
cinco indultos ocorre um dia depois de o secretário-geral da Associação
Portuguesa de Apoio ao Recluso (APAR), Vítor Ilharco, ter admitido, em
declarações à TSF, que mais valia terminar a prática do indulto
presidencial, devido às falsas expectativas geradas entre os reclusos,
face à diferença entre as centenas de pedidos efetuados e os poucos
indultos concedidos por Marcelo Rebelo de Sousa.Questionado
acerca destas críticas, o Ministério da Justiça referiu que o indulto
“é uma prerrogativa de graça ou clemência” do Presidente da República -
depois de ouvir o governo – e que a competência para a concessão de
indultos “é discricionária”.“Devem ser
ponderados, entre muitos outros aspetos, a natureza do crime praticado,
as exigências de prevenção, geral e especial, de execução da pena, a
eventual injustiça da decisão condenatória, a particular onerosidade do
cumprimento da pena ou da medida de segurança, a situação pessoal do
condenado, a especial gravidade das consequências do crime para a
vítima e as expectativas e sentimentos comunitários de segurança”, disse
o ministério em resposta escrita enviada à Lusa. Por
outro lado, o ministério liderado por Francisca Van Dunem reconheceu
que “a natureza especialmente odiosa do crime”, como, por exemplo, os
crimes sexuais contra crianças, é uma das explicações para “o número
reduzido de concessões de indultos”.