Autor: Lusa/AO Online
“É bom que a
liberdade tenha um nome, é bom que esse nome retrate uma vida”, disse
Marcelo Rebelo de Sousa, afirmando que “de parabéns” está a Câmara
Municipal de Lisboa e “os lisboetas” que, como o Presidente da
República, “agradecem a Mário Soares a liberdade de que gozam”. “E
até os muitíssimo menos que ainda não agradecem, porque mesmo esses só
podem dizer o que dizem por viver em liberdade, aquela liberdade que foi
a causa da vida de Mário Soares”, disse o chefe do Estado. Para
Marcelo Rebelo de Sousa, “sem memória é tentador esquecer a liberdade” e
o jardim do Campo Grande, que beneficiou de obras de remodelação e
agora foi designado de Jardim Mário Soares, “equivale a jardim da
liberdade”. O
primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Assembleia da
República, Ferro Rodrigues, o presidente da Câmara Municipal, Fernando
Medina, e Isabel Soares, filha do antigo presidente, que morreu em 2017,
discursaram no espaço onde ficará um púlpito, no ponto do jardim mais
próximo da casa onde viveu Mário Soares. A
placa com a inscrição “Jardim Mário Soares - fundador da democracia
portuguesa, Presidente da República e Primeiro-ministro, 1924-2017”
ficou instalada no extremo sul do Jardim, em Entrecampos. No
percurso a pé desde Entrecampos até ao púlpito, rodeado por António
Costa, Ferro Rodrigues, Fernando Medina, vários deputados do PS,
elementos do executivo municipal, a maioria de cravo vermelho na lapela
ou na mão, Marcelo Rebelo de Sousa não quis comentar o veto do Tribunal
Constitucional divulgado terça-feira, após instado a pronunciar-se sobre
o "cartão vermelho" do TC a normas do diploma sobre a gestação de
substituição. "Vermelhos,
hoje, só vejo os cravos do 25 de Abril", disse Marcelo Rebelo de Sousa,
que foi parando no percurso para apreciar a renovação do Jardim e tirar
fotografias com muitas das crianças que passavam, com as famílias. Local
de passeio preferido de Mário Soares, que apreciava a natureza, segundo
o primeiro-ministro, António Costa, o jardim encerra “um roteiro” que
começa na praça dos Restauradores, continua na Avenida da Liberdade,
prossegue com a Avenida da República e “só podia” terminar no Jardim
Mário Soares. O
secretário-geral do PS considerou que o amor de Mário Soares às árvores
e à natureza representou, para quem não foi bafejado pela fé”, a “forma
de saber que a vida se renova sempre”. “Esse
é o enorme legado, continuar a manter vivas as árvores que plantou, mas
sobretudo essa grande árvore da democracia que ele semeou”, disse
Costa. Ferro
Rodrigues associou-se também à homenagem, destacando o facto de ter sido
escolhido o dia em que se assinala o 25 de abril de 1974 e se celebra a
democracia. Mário
Soares, disse, foi “um homem da cidade” com um percurso em que “é a
segunda metade do século XX que se confunde com a sua vida”.