Presidente da Conferência Episcopal diz que já há paróquias "insolventes"
Covid-19
15 de abr. de 2021, 16:17
— Lusa/AO Online
“Temos
paróquias que já estão insolventes do ponto de vista da sua
administração local. Mas há algo também que se chama solidariedade
interparoquial, há algo que se chama solidariedade diocesana e que
procura ir ao encontro destas situações”, afirmou José Ornelas, ao
comentar as consequências da pandemia nas contas das paróquias e
dioceses.José Ornelas, também bispo de
Setúbal, falava em conferência de imprensa, após a 200.ª Assembleia
Plenária da CEP, que hoje terminou em Fátima, concelho de Ourém.“Tenho
situações concretas onde mesmo para garantir uma remuneração àquelas
pessoas que estão ao serviço das comunidades, o pároco e não só, temos
muita dificuldade”, declarou o prelado, assumindo ser “evidente que
piorou” com a pandemia.Segundo o bispo,
neste momento há “muitas situações pelo país fora”, mas a Igreja
Católica procura que “ninguém fique sem eira nem beira e para isso serve
também a solidariedade dentro das instituições”.À
pergunta se está em causa o apoio social das instituições da Igreja
Católica, José Ornelas respondeu: “Damos aquilo que temos possibilidade
de dar e temos tido também uma grande solidariedade de empresas”.Sobre o fim das moratórias bancárias, o presidente da CEP declarou que não só preocupa o que vem, mas o que existe atualmente.“O
que temos já é um acréscimo muito grande de pedidos de auxílio”, como
pagamento de faturas de água, luz e rendas, exemplificou, referindo que
“dizem todos os indicadores que isso ainda vai agravar-se com o fim das
moratórias”.“Portanto, se já neste momento
a situação é grave em muitos setores, isso, certamente, não vai
melhorar para o futuro”, antecipou, reconhecendo, por outro lado, que
“os contributos das famílias para esta solidariedade também são
menores”.Acresce que “com as paróquias
encerradas nestes meses recentes (…), isso não veio melhorar o quadro”,
apontou o bispo, observando que “não é simplesmente o dinheiro que as
pessoas dão, mas as celebrações são também uma ocasião de partilha muito
grande”.