Presidente da CIP diz que foi longe demais nas afirmações sobre fraudes fiscais

Fisco

26 de nov. de 2007, 09:09 — Lusa/AO

“Tenho pena porque fazíamos um grande trabalho, mas enfim as coisas são como são. A associação é livre”, afirmou à rádio TSF Francisco Van Zeller.     O presidente da Confederação das Indústrias Portuguesas (CIP) admitiu que terá ido longe de mais ao referir a construção civil como um dos sectores onde a fraude fiscal é praticada.     “Não devia ter dito isso porque a situação fiscal só é irregular quando os tribunais condenam. Se os tribunais não condenam a situação não tem nada de ser condenada”, referiu.     Francisco Van Zeller disse ainda que tentou desculpar-se dando explicações mas “eles [industriais da construção civil] não aceitaram e decidiram abandonar a CIP”.     A Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP) decidiu sexta-feira abandonar a CIP depois de Francisco Van Zeller ter referido a construção como um dos sectores onde a fraude fiscal é praticada, comentando declarações do secretário de Estado das Finanças, Amaral Tomás.     Também na sexta-feira a CIP repudiou “comportamentos abusivos” da administração fiscal, que “assumem como posição de princípio que as empresas estão em situação irregular perante o Fisco”, dando origem a atitudes de “perseguição fiscal e policial”.     A posição da CIP foi expressa num comunicado divulgado após uma reunião da direcção, mas não foi suficiente para impedir a saída da FEPICOP, que, nessa mesma reunião, se desvinculou da confederação.     O presidente da FEPICOP, Reis Campos, disse à agência Lusa que a sua organização saiu da CIP devido à ausência de uma “posição enérgica