Presidente da ANACOM defende nos Açores investimento em cabos submarinos
23 de out. de 2018, 09:21
— Lusa/AO Online
“Aquilo
que a ANACOM tem vindo a pugnar, e em relação aos Açores e à Madeira é
fulcral, é o investimento na renovação dos cabos submarinos, que tem de
ser feito nos próximos anos, e que o Governo inscreveu como estratégico
no Orçamento do Estado para o próximo ano”, afirmou à agência Lusa o
presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), depois de se
ter reunido com os presidentes das duas câmaras municipais da ilha.João
Cadete Matos explicou que a deslocação ao ponto mais ocidental da
Europa visou identificar “o estado das comunicações da ilha das Flores,
uma das zonas mais remotas do território nacional e em que é possível
identificar a importância que têm as comunicações para o desenvolvimento
de toda a Região Autónoma dos Açores”.O presidente da ANACOM adiantou que há "ainda zonas da ilha que têm uma cobertura de rede móvel inexistente"."Mesmo
junto aqui, à sede de concelho, em Santa Cruz das Flores, existe parte
da população que não tem nenhuma rede móvel e, portanto, essa é uma das
prioridades, que a rede móvel esteja disponível em todo o território,
assim como internet também”, já que “há várias partes da ilha que não
têm redes de banda larga e redes de alta velocidade”, esclareceu.A
solução passa pelo investimento nos cabos submarinos, uma medida
prevista no Orçamento do Estado para 2019 e cujas estimativas apontam
para um “valor global do investimento de cerca de 100 milhões de euros”,
afirmou o presidente da ANACOM, acrescentando que “o projeto deveria
estar concluído, em termos do estudo das soluções, nos próximos dois
anos”.“O que é
importante, neste momento, é encontrar um modelo de negócio que, seja
com investimento público, seja com investimento privado, consiga
desenvolver uma solução de cabos submarinos virada para o futuro, que
permita dar esta resposta às necessidades das populações, em termos de
conectividade, mas que também possa ter outras mais-valias” como “a
proteção sísmica”, acrescentou João Cadete Matos.Outra
das soluções defendidas pela ANACOM é uma maior partilha das
infraestruturas existentes, nomeadamente das antenas, através do
desenvolvimento do ‘roaming’ nacional, que permita a “qualquer cidadão
nacional ligar-se a qualquer antena de qualquer operador, não apenas às
antenas do seu operador, para que no fundo beneficie da mesma situação
de que beneficiam os turistas estrangeiros”.“Esta,
aliás, foi uma recomendação do grupo de trabalho, promovido pela
ANACOM, que tratou das consequências dos incêndios em Portugal, em que
participaram todos os operadores”, observou o presidente da autoridade.Segundo
João Cadete de Matos, os presidentes das câmaras de Santa Cruz das
Flores e Lajes das Flores sinalizaram a importância do desenvolvimento
do serviço de Correios, atendendo a que os Açores são uma das regiões do
país que mais recorre ao comércio eletrónico e que, portanto, depende
muito do serviço de correio postal.