Presidente da Altice Portugal está "expectante" sobre decisão final das regras do leilão
5G
14 de set. de 2020, 16:06
— Lusa/AO Online
Num encontro com jornalistas, em Picoas,
Lisboa, Alexandre Fonseca admitiu ter alguma "dificuldade" em
pronunciar-se neste momento sobre o estado atual do processo do 5G
(quinta geração)."Neste momento estou um
bocadinho baralhado porque não sei efetivamente quem gere e quem manda
no processo do 5G em Portugal: se é o Governo, se é o regulador",
afirmou, razão pela qual não pode avançar quanto irá investir na nova
tecnologia.Alexandre Fonseca apontou que a
posição do Governo "tem sido mais razoável" e que a do regulador Anacom
"tem sido hostil relativamente ao mercado".Depois
da consulta pública, "deveria existir antes do final de setembro um
relatório com uma decisão final a definir as regras do leilão",
considerou o gestor."Neste momento estou
expectante, preocupado, e à espera de saber qual a posição que vai
imperar no fim - se a posição do Governo se a do regular", uma vez que
"elas são antagónicas", salientou Alexandre Fonseca.A 22 de julho, numa audição parlamentar sobre o 5G, o secretário de
Estado Adjunto e das Comunicações afirmou que não lhe passava "pela
cabeça" que o regulador Anacom não adaptasse o projeto de regulamento do
leilão do 5G à Resolução do Conselho de Ministros (RCM)."Não
me passa pela cabeça que a Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações]
não venha agora, tarde é certo, adaptar o projeto de regulamento [do
leilão do 5G] ao que foi aprovado pelo Governo da República", disse
Alberto Souto de Miranda, em resposta aos deputados."Não
me passa pela cabeça porque seria uma violação grave das suas
obrigações (...) espero que a Anacom, que certamente nos estará a ouvir,
reflita nisto que acabei de dizer porque era bom que cada um entendesse
o seu papel, deveres e obrigações", prosseguiu.Alberto
Souto de Miranda referiu a dupla responsabilidade da Anacom, por um
lado ser um regulador independente para regular o mercado e, por outro,
coadjuvar o Governo para a definição da política de comunicações."E
nessa componente de coadjuvar por definição não é independente,
coadjuva, ajuda. E não tem corrido bem esta segunda parte", admitiu o
secretário de Estado.O governante
salientou que todos os projetos de Resolução do Conselho de Ministros,
todos os documentos e iniciativas são partilhados com a Anacom.Mas
a parte de coadjuvar "tem introduzido algumas dificuldades neste
projeto e o exemplo que já aqui foi citado - e que tem o mercado com
grande perplexidade - é o regulamento do leilão", apontou na altura,
salientando que a Anacom "estava ciente do que a RCM estava iminente
para ser aprovada e, por coincidência, na véspera, fez aprovar o
regulamento do leilão" diferente da do Governo."Muito diferente da RCM", reforçou Alberto Souto de Miranda.