Presidenciais: Marques Mendes defende cedências de Governo, sindicatos e patrões
Hoje 15:54
— Lusa
“Isto é uma negociação a três, e uma boa negociação é quando todos cedem em função de um objetivo”, afirmou o candidato, referindo-se a “Governo, sindicatos e entidades patronais”.Em declarações aos jornalistas durante uma ação de pré-campanha para as eleições presidenciais de 18 de janeiro, Luís Marques Mendes recusou comentar as palavras do primeiro-ministro, que defendeu na sexta-feira que a greve geral prevista para a próxima semana "não faz sentido" do ponto de vista dos trabalhadores e tem motivações políticas.“A greve é legítima, os sindicatos têm o direito a fazer a greve. Vai criar transtornos às pessoas? Claro que vai. Mas a greve é legítima”, defendeu o candidato a Belém.O candidato, que é apoiado por PSD e CDS-PP, afirmou que “o mais importante é que mesmo depois da greve continue a haver negociação entre o Governo e a UGT e, evidentemente, as entidades patronais”.Marques Mendes apelou a que “não se fechem as portas” e considerou que “aquilo que nos últimos dias aconteceu é muitíssimo positivo”. “Não é muito, é muitíssimo positivo. É que Governo e UGT disseram de uma forma muito clara que estão disponíveis para, mesmo depois da greve, continuarem a negociar. Isso foi aquilo que eu sempre pedi e, por isso, estou satisfeito”, afirmou.“Há três semanas ou um mês o ambiente estava muito crispado entre o Governo e a UGT. Eu até sinto, digamos assim, a responsabilidade de ter contribuído um pouco para o desanuviamento da relação quando pedi publicamente várias vezes que o Governo desse mais atenção à UGT. Neste momento o ambiente está desanuviado e só posso estar satisfeito”, sustentou.Sobre os impactos que a greve geral de 11 de dezembro poderá ter, o antigo líder do PSD considerou que “uma greve cria sempre problema, e uma greve geral cria mais problemas que uma greve que não é geral”, mas afirmou que os sindicatos “seguramente que ponderaram tudo isso”. “Para mim, o mais importante é que isto é um percalço num processo negocial, e o importante é que o processo negocial não fique em causa, que a seguir continue a haver diálogo social, negociação. E essa parte aparentemente está garantida”, afirmou.Sobre as alterações concretas que o Governo quer fazer, Marques Mendes ressalvou que “um Presidente da República só se pronuncia sobre uma lei quando ela está aprovada” e assinalou que atualmente “ainda só há um anteprojeto que, evidentemente, vai sofrer variadíssimas alterações”.“Neste momento não tenho opinião sobre esta proposta porque isso seria ruído. Eu só terei opinião quando a proposta se transformar em lei”, assinalou.Luís Marques Mendes visitou hoje, acompanhado de alguns dos seus netos, a Wonderland Lisboa, um mercado de Natal na zona do Parque Eduardo VII. Durante a visita foi cumprimentando e tirando fotografias com várias das pessoas com quem se cruzou, e algumas das quais desejaram-lhe boa sorte para dia 18 de janeiro.Na ocasião, o candidato foi questionado também sobre saúde, e voltou a defender que o Governo deve apresentar resultados, nomeadamente quanto aos constrangimentos nas urgências ou a atribuição de médicos de família.“O governo é que governa. O Presidente da República deve ser exigente e colaborante, colaborante para que a governação tenha resultados, seja com este governo ou qualquer outro, e exigente a pedir, de facto, resultados”, afirmou.“Acho que é importante começar a exigir resultados nos vários domínios, porque o governo já está há um ano e meio em funções, e porque as pessoas querem, de facto, melhoria da situação. A saúde é uma das maiores preocupações”, salientou.