Presença de barcos de pesca chineses na Região foi falso alerta
22 de ago. de 2024, 12:02
— Lusa
Segundo
um comunicado do Governo Regional dos Açores, o alerta
para a situação, verificada a sul e a sudoeste da ilha das Flores, no
grupo Ocidental, foi dado na quarta-feira, pelas 10:30 locais (11:30 em
Lisboa), após o que as autoridades iniciaram uma missão de fiscalização e
patrulhamento.“Eram 10:30 de quarta-feira
quando o serviço de inspeção da Secretaria Regional do Mar e das Pescas
deu alerta ao Centro de Controlo e Vigilância da Pesca, da
Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, para
a existência de 16 navios com pavilhão da República Popular da China a
sul da ilha das Flores, identificados no Marine Traffic por AIS
terrestre, como sendo de pesca e que apresentavam um comportamento
aparentemente não compatível com atividades e operações de pesca”, lê-se
na nota.Após o alerta, foram de imediato
ativados os meios navais e aéreos das entidades participantes no Sistema
Integrado de Vigilância, Fiscalização e Controlo das Atividades da
Pesca (SIFICAP).De acordo com a fonte, a
Marinha enviou um semirrígido da Polícia Marítima da ilha das Flores,
“para efetuar uma primeira aproximação”, e a Força Aérea Portuguesa
(FAP) enviou um avião P3, “para monitorização da área identificada”.“Não
obstante, mas para melhor acompanhamento imediato da situação e
respetiva evolução, foram solicitados os serviços de satélite da
European Maritime Safety Agency para concederem acesso/imagens do
serviço Copernicus”, acrescenta.A unidade naval do Comando Local da Polícia Marítima das Flores esteve no local e “não verificou qualquer navio”.Também
a aeronave da FAP “fez sobrevoo da área para além da área de
referência, incluindo até aos limites da ZEE nacional da subárea dos
Açores e não verificou qualquer navio deste conjunto, tudo levando a
crer que se trata de AIS 'spoofing'”, admitiu o executivo açoriano.As ações de fiscalização foram concluídas pelas 20:30 locais de quarta-feira (21:30 em Lisboa).O
assunto foi referido em publicações nas redes sociais e a agência Lusa
recebeu na noite de quarta-feira uma informação por correio eletrónico,
enviada por um residente na ilha das Flores, a alertar para “uma
‘invasão’ ilegal de uma frota pesqueira chinesa”.“São
mais de uma dezena de navios de pesca com bandeira chinesa que estão
estacionados a poucas milhas da costa da ilha e na ZEE portuguesa,
presumivelmente pescando de arrasto uma série de espécies protegidas
(como o atum, cuja pesca está até interditada aos pescadores
portugueses)”, descrevia José Madeira.O
mesmo residente na ilha das Flores considerava a situação “inédita”:
“Porque se trata da primeira vez que uma frota pesqueira chinesa viola
descaradamente a Zona Económica Exclusiva de Portugal, o que está
naturalmente a deixar os residentes e pescadores locais muito nervosos e
preocupados”.