Prémio é ‘reconhecimento da qualidade da nossa proposta’
5 de dez. de 2022, 11:34
— Ana Carvalho Melo
O stand da Galeria Fonseca Macedo na Feira Drawing Room Lisboa 2022 foi
distinguido com o Prémio Curadoria Galeria, prémio financiado pela
Fundação Millennium BCP. O que significa esta distinção?Nesta última
edição da feira Drawing Room, Lisboa, fiquei muito feliz pelo facto da
Fonseca Macedo - Arte Contemporânea ter sido distinguida com o Prémio
Projeto Curatorial Galeria, da Fundação Millennium BCP, pois é um
reconhecimento público da qualidade da nossa proposta de curadoria e, ao
mesmo tempo, um reconhecimento da qualidade das obras expostas dos
nossos artistas representados.Para além deste importantíssimo aspeto
que ajuda a definir o nosso currículo, como galeria de arte, este é
também um prémio pecuniário.Este ano quem foram os artistas que apresentou neste evento?Nesta
edição, apresentámos três artistas com um significativo corpo de
trabalho na disciplina do Desenho: Beatriz Brum (São Miguel, 1993), José
Loureiro (Mangualde, 1961) e Maria Ana Vasco Costa (Lisboa,1980).A
artista Beatriz Brum apresentou uma série de quatro aguarelas, de
tamanho A4, que encerram o seu grande projeto sobre as lagoas da ilha de
São Miguel. Nestes desenhos, a artista serve-se da observação
microscópica da água das lagoas.O artista José Loureiro apresentou
uma série de quatro desenhos em óleo sobre papel, de 42x29,7 cm, com o
título “Criaturas”. De cada lado destas “Criaturas”, de pequena
dimensão, foram colocados dois desenhos de 152x101,6 cm, da série
“Olho”, que, usando um movimento circular da cor e das linhas,
provocavam uma chamada de atenção dos visitantes.A artista Maria Ana
Vasco Costa apresentou um conjunto de duas aguarelas que designa por
“Glaze Drawings”, uma série de desenhos de várias dimensões, nos quais
utiliza a mesma técnica do vidrado em cerâmica.Pode descrever como foi desenvolvido este Projeto Curatorial?A
forma de abordar a questão da curadoria de um stand numa feira de arte é
sempre um desafio, porque, num pequeno espaço rodeado de outras tantas
propostas, é necessário conseguir uma apresentação capaz de chamar a
atenção dos visitantes e dos profissionais deste setor.Em primeiro
lugar, é necessário reunir as obras, neste caso as mais recentes, dos
nossos artistas que desenvolvem trabalho na disciplina do Desenho, e
gerir, espacialmente, as obras escolhidas, tendo em conta as dimensões,
as formas, as cores ou os conceitos.No caso específico deste
projeto, o conjunto de obras do artista José Loureiro, pelo seu número e
pela sua dimensão, adequavam-se à parede central, de seis metros de
comprimento. As obras da Beatriz Brum e da Maria Ana Vasco Costa, pela
sua subtileza e pequena/média dimensão, foram montadas nas paredes
laterais. Com esta distribuição, ficou criado um equilíbrio agradável.Em
relação à montagem das obras da Beatriz Brum, identificámos um problema
com os desenhos muito delicados da série “Corpos de Água”. Os desenhos
foram emoldurados em caixas de acrílico transparente e esta opção
pretendia potenciar a fluidez entre as obras. Porém, numa parede branca,
seriam quase invisíveis. Assim, ao apercebermo-nos deste problema ainda
na fase do trabalho em maquete, tivemos de conversar com a artista,
sugerindo a possibilidade de termos uma parede pintada de cor diferente,
a fim de fazer destacar os desenhos.Penso que este elemento (entre outros) deve ter pesado na escolha do nosso stand para o Prémio de Curadoria.