Praiense com pagamentos por “regularizar”, mas situação não é “catastrófica”
Covid-19
14 de abr. de 2020, 17:17
— Lusa/AO Online
"Não há
situação catastrófica no Praiense, nem vai haver. É óbvio que já se
poderia ter pago noutra altura, mas não se conseguiu pagar muito
derivado à situação do investidor ter adoecido e de não poder resolver o
que tinha a resolver", disse à agência Lusa o presidente do clube da
Praia da Vitória, Marco Monteiro. Destacando
a "certeza" de que tudo será resolvido "muito em breve", Marco Monteiro
assumiu que existem "algumas situações" a regularizar com os
profissionais do clube devido ao investidor do clube, Luis Oliver
Albesa, ter estado internado durante 10 dias em Espanha com Covid-19."Existem
algumas situações que falta regularizar com os atletas, com os
treinadores e com colaboradores, que vão ser resolvidas muito em breve e
que não o foram há mais tempo porque há cerca de um mês o nosso
investidor apanhou Covid-19", afirmou, quando questionado sobre a
existência de salários em atraso.Instado a desenvolver sobre as situações que carecem de regularização, Marco Monteiro não quis avançar com mais detalhes. "Não
vou acrescentar muito mais sobre isso. Existem situações por resolver
com os atletas, mas tenho a certeza de que 50% dos clubes do campeonato
de Portugal estão em pior situação que a nossa. Não tenho dúvidas sobre
isso, mas cada um cuida da sua casa", apontou.Nos
últimos dias, algumas notícias têm avançado que os jogadores do
Praiense, além de terem os salários em atraso, estavam a depender de
outros colegas para conseguir comer."Que
eu saiba não existe nem nunca faltou comida a ninguém nos atletas do
Sport Clube Praiense. Até pelo contrário, até acho que têm sido muito
bem tratados, sempre o foram", assinalou.O
dirigente do clube terceirense referiu que a cozinheira que confeciona
habitualmente as refeições do clube vai ficar em casa "talvez até final
do mês", porque só estava a cozinhar para seis atletas (os outros, ou
estão confinados com a família em casa, ou regressaram ao continente ou
ao país de origem) e de modo a cumprir com "todas as indicações do
governo". "Todos eles disseram que sabiam
cozinhar e que resolviam as próprias coisas em casa. Não tem mais do que
isso. A senhora tem os salários todos em dia. Foi apenas uma forma de
proteger as pessoas", explicou. Marco
Monteiro avançou ainda ter conhecimento de que o investidor do SAD do
clube já se está a "restabelecer" e que irá resolver todas as "situações
pendentes". "Já me foi comunicado que
irão ser resolvidas todas as situações pendentes. Quero é salientar que
nunca eu deixaria que alguém passasse dificuldades sejam elas quais
fossem. Uma coisa é ter algumas coisas por resolver, mas com
dificuldades para comer, nunca", disse.A
SAD do clube da Praia da Vitória pertence 30% ao clube e 70% ao
investidor Luis Oliver Albesa, empresário espanhol de 57 anos,
coproprietário do Extremadura e ex-acionista do Bétis e do Córdoba. Segundo Marco Monteiro, todo o valor da parte a que o clube está obrigado na SAD foi "cumprido na íntegra". A
Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anunciou no dia 8 de abril o
cancelamento dos campeonatos seniores não profissionais de futebol e
futsal da época 2019/20, devido à pandemia de Covid-19.Até
à conclusão da competição, o Praiense era líder da série C do
Campeonato de Portugal com 11 pontos de vantagem (53 contra 42) para o
segundo classificado, o Benfica de Castelo Branco, com 25 jogos
disputados.